Centro de Reabilitação completa dois anos no Subúrbio com avaliação positiva
Completando dois anos de funcionamento nesta sexta-feira (29), o Centro Especializado em Reabilitação de Coutos (CER II) já promoveu mais de 34 mil atendimentos neste período, com avaliação positiva de 91,5% dos usuários. O espaço, instalado no Subúrbio 360, em Coutos, visa beneficiar a população de 22 bairros no Subúrbio Ferroviário e de outras cidades pactuadas, que enfrentam dificuldades em acessar os serviços especializados por falta de centros de atendimento próximos de sua residência.
Implementado pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) e fiscalizado pela Unidade de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência (vinculada à Sempre), o CER II integra a Atenção Especializada da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. A estrutura promove atendimentos especializados e serviços de reabilitação para as pessoas com deficiências física e intelectual, através de equipe multiprofissional e interdisciplinar que atua de forma integrada, por meio de Projeto Terapêutico Singular (PTS), propiciando melhor eficácia no tratamento.
O CER II assiste pacientes não só com tratamentos, mas com material ortopédico fundamental no dia a dia. Às sextas-feiras, são entregues equipamentos a 29 pacientes assistidos pelo serviço. São andadores, muletas, sapatos neuropáticos para pés de diabéticos, almofadas para evitar úlceras na pele, cadeiras de rodas, cadeiras tetraplégicas com apoio e outros modelos que variam de acordo com a necessidade de cada paciente.
No período inicial da pandemia, obedecendo às medidas restritivas, os atendimentos presenciais e em grupo foram suspensos, sendo parcialmente retomados a partir de agosto de 2020, obedecendo a rigoroso protocolo, através de agendamento e atendimento individualizado. Durante todo este período, pacientes e familiares foram assistidos através de atendimento telepresencial.
Evolução – Em atendimento há dois anos no CER II, o jovem Enzo, de cinco anos, faz atividades na sala de estimulação, com atividades lúdicas e psicomotoras. Antes, ele recebia atendimento em outro lugar onde não se sentia bem, não se adaptava. Por isso mesmo, Lucimara Cerqueira, mãe do pequeno, avalia positivamente todo atendimento recebido no centro pelo filho, que tem transtorno do espectro autista (TEA).
“Eu não tenho o que falar, Enzo melhorou bastante. Aqui é um lugar acolhedor, totalmente diferente, onde ele se sentiu seguro e eu tô vendo uma evolução grande, a cada dia”. Ela recorda a presteza da equipe, sempre atenciosa, que a mantém informada com feedbacks constantes no fim de cada atendimento. “É gratificante. Levamos também as atividades para dentro de casa”.
Há um ano, dona Maria Lúcia Alves, de 68 anos, faz atividades no CER II. Ela faz terapia ocupacional e ginástica, se recuperando de um acidente vascular cerebral. As atividades constantes já demonstram melhorias na idosa, que estava no momento com a terapeuta ocupacional fazendo reabilitação das mãos. “Hoje estou ficando legal, me sinto bem melhor, e as profissionais são ótimas”.
Fã de Ivete Sangalo, o jovem Andrei da Silva Cruz, de 12 anos é constantemente amparado pela mãe, a técnica de enfermagem Mirian Barbosa. Durante a entrevista, sorriu e cantou Sorte Grande, sucesso da cantora. Morador de Plataforma, Andrei já frequentou outras instituições antes de chegar ao CER II. A mãe só tem a agradecer pelo atendimento recebido no centro. Lá, o acompanhamento é maior e o jovem apresentou muitos avanços.
“Mesmo neste período de pandemia, toda semana orientavam a gente, mandavam exercícios para não deixar de acompanhar. Com essa orientação, eu não deixava ele parado, não perdemos muita coisa. Claro que a profissional fazendo não é igual a mim. Eu gosto daqui porque tem tudo, tem neurologista, psicóloga, terapeuta ocupacional, tem a fonoaudióloga, tem tudo em um só lugar. Melhor do que sair com ele todos os dias para vários atendimentos e aqui a gente tem tudo aqui, pra mim é o ideal”, relatou Mirian.
Atendimento descentralizado – O secretário Kiki Bispo, gestor da Sempre, avaliou que o CER é um marco de entrega da política de ampliação e de descentralização dos serviços de saúde da Prefeitura, de forma a fortalecer e avançar nas ações de inclusão social da pessoa com deficiência. “O CER é um espaço importante, pois as famílias de pessoas com deficiência que moram na região passaram a contar com atendimento especializado mais próximo da residência, não precisando mais se deslocar até o centro da cidade”, pontuou.
O diretor da UPCD, Wagner Andrade, também elogiou o trabalho do espaço e fez um balanço positivo dos últimos dois anos. “Antes, as pessoas se deslocavam até o centro da cidade para ter o atendimento e lá ficou mais perto da população. Hoje, temos uma ampla aceitação da comunidade, com famílias satisfeitas e perspectiva de ampliar o atendimento, que hoje está em uma média de 400 pacientes por mês”.
Nesta nova gestão, segundo Andrade, está prevista a construção de mais um CER em Cajazeiras, e este atendimento é fundamental para garantir o desenvolvimento das potencialidades do paciente com atendimento multidisciplinar e, assim, melhorar sua mobilidade. “O tratamento especializado é o passo inicial para que a pessoa com deficiência possa se desenvolver, além das limitações impostas por sua condição. É importante também destacar a parceria com a Apae Salvador, que faz o gerenciamento desta unidade e aplica o seu conhecimento e know-how de 52 anos para os pacientes em tratamento”, concluiu.
O presidente da Apae Salvador, Derval Freire, acredita que a parceria com a Prefeitura é benéfica para todos. Para ele, ter um equipamento como o CER II perto da comunidade proporciona uma assistência mais próxima de todos, podendo encontrar quando precisar. “Acho que todo mundo gosta de ter esse centro aqui, porque é um atendimento constante, direto. Quando eles quiserem, sabem onde procurar, e isso é importante. E é uma parceria muito boa entre a Apae e Prefeitura. Juntando as expertises, procuramos fazer aquilo de melhor que nós temos para que não desmereça a parceria e nós possamos atender dentro da qualidade das instituições”, declarou.
Fotos: Jefferson Peixoto/Secom