“Deslegitimação das instituições brasileiras é cortina de fumaça para esconder incompetência do governo”, avalia Daniel Almeida
O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), utilizou as redes sociais para criticar o ambiente de grave crise no Brasil, por conta das atitudes do presidente da República, Jair Bolsonaro, que afirmou que as eleições que o elegeram, em 2018, foram fraudadas. A declaração aconteceu em Miami, nos Estados Unidos, na última segunda-feira (9), na qual Bolsonaro, sem apresentar provas, afirmou ter sido eleito em primeiro turno e, apenas devido a fraudes, teria tido que participar do segundo turno eleitoral.
“Quem vai investir em um país em que o presidente coloca em dúvida a eleição que ele mesmo ganhou? Dessa forma, ele coloca em dúvida as instituições brasileiras, o processo político de definição dos representantes do povo no pais. Isso faz o mundo olhar para o Brasil com desconfiança, sem ter coragem de fazer uma interlocução para investir”, afirmou o parlamentar baiano.
Em um cenário em que a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto nacional está abaixo dos 2%, o presidente da República, em vez de tomar medidas para fazer a economia voltar a crescer, estimula a desestabilidade do país: ameaça as instituições, ameaça o Congresso Nacional, ataca o Poder Judiciário. Para o deputado Daniel Almeida, Bolsonaro agride a Constituição Brasileira, deslegitimando o seu próprio cargo de chefe do Poder Executivo ao colocar em dúvida as instituições nacionais. O Presidente chegou ao ponto de convocar o povo à ir para as ruas se mobilizar contra o Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do judiciário nacional.
“Começa a haver uma desconfiança de que o presidente faz tais declarações e ameaças para colocar uma cortina de fumaça na sua incompetência, na sua incapacidade de responder àquilo que cabe ao Poder Executivo resolver: Por que os investimentos desaceleraram? Por que o dólar está tão alto? Por que o preço do combustível não para de aumentar, mesmo com a queda do valor do petróleo? Por que não há recursos para as áreas sociais? O governo não quer falar sobre isso”, questionou Almeida.
A estratégia parece seguir em rumo de agressões as instituições para esconder assuntos que o governo não quer tratar, para distrair a população da obrigação de cobrar que o Poder Executivo cumpra sua função: governar. “O povo brasileiro elegeu um governo para atender seus direitos básicos, de saúde, de educação, de segurança. No entanto, infelizmente, o presidente vem dedicando seu mandato a colocar a população contra as instituições que estão a seu serviço, a ameaçar os órgãos dos Três Poderes, sem perceber que, com isso, acaba tirando a credibilidade de seu próprio cargo e de todo o país”, finalizou.
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