Washington Trindade: 100 anos depois
Agenor Sampaio Neto. Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Doutor em Família na Sociedade Contemporânea (UCSAL). professoragenorsampaio@gmail.com
Por ocasião do Seminário Entre o logos e o mito: Taurino Araújo, a Hermenêutica da Desigualdade, a estética e a potência da palavra na arte de formular um pedido, realizado na UEFS, tive a oportunidade de homenagear o ministro Washington Luiz da Trindade (Salvador, 14 de julho de 1923 — 2 de janeiro de 2014), que completaria centenário de nascimento este ano.
Reconhecimento à memória de um indivíduo notável que contribuiu significativamente em suas áreas de atuação e influência duradouras, inspirando-nos a seguir em frente e buscar a excelência em nossas próprias carreiras e atuações, dignas de reconhecimento e de celebração.
Orientador do meu Mestrado na UFBA (2008) o saudoso Washington foi e é um guia intelectual máximo de várias gerações.
Washington Trindade foi um jurista superlativo, professor e magistrado, cujo legado deixou uma marca significativa no campo do Direito através da “um eterno diálogo com a Justiça” a ser observado pelos Poderes Executivo, Legislativo e Executivo e, sobretudo, pelos poderes político, econômico e ideológico, com vistas à concretização da dignidade da pessoa humana.
Graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1946 e foi, sucessivamente, e sempre por concurso público, promotor público, juiz de Direito, assistente técnico-jurídico do Ministério do Trabalho, juiz do Trabalho e professor universitário. Foi presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região de 1985 a 1986 e ministro convocado do Tribunal Superior do Trabalho (1979), vindo a aposentar-se em maio de 1992.
Era membro efetivo do Instituto Baiano de Direito do Trabalho – IBDT (1997), da Academia Nacional de Direito do Trabalho – ANDT (1996), da Cadeira nº 15 da Academia de Letras Jurídicas da Bahia (1984) e da Associação dos Magistrados da Bahia – AMB (1973). Autor de diversos artigos e livros como “Leasing: Negócio jurídico fiduciário” (1974), “O superdireito nas relações de trabalho” (1991), “Riscos do Trabalho” (1990), além do clássico “Compêndio de Direito do Trabalho marítimo, portuário e pesqueiro” (1983).
Considerado um dos maiores pensadores do direito brasileiro, Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia e Livre-Docente da Faculdade de Direito da mesma Universidade, titulação equiparada a Doutor em Direito, os Fóruns da Justiça do Trabalho de Jacobina e de Maracás levam o nome de Washington Trindade.
Logo, lembrar o transcurso de seu centenário de nascimento, não é mais que uma forma singela de celebrar suas conquistas e contribuições para a história jurídica e acadêmica do país, em relação à qual deixou imorredouro legado de conhecimento, amizade, sabedoria e ética. Requiem aeternam.
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