Pretas Por Salvador cobram governo e prefeitura por uma nova política de segurança pública
Segundo relatos da família da vítima e testemunhas presentes no local, Gabriel foi fatalmente atingido no rosto por um tiro de arma de fogo enquanto brincava na porta de sua própria casa, sob a justificativa da Polícia Militar que houve troca de tiros. Vale ressaltar que esse não é um caso isolado, segundo o Monitor da Violência, os agentes policiais da Bahia mataram em 2022 cerca de 1.464 pessoas, quando feito um recorte em relação a raça estima-se que em 2021 a cada 100 mortos, 98 eram negros.
“A viatura da 21ª CIPM já chegou atirando. Não teve troca de tiros, não teve nada. Quem atirou no meu filho não foi ladrão, foi a viatura da 21ª CIPM”, disse a mãe da vítima, Samile Costa.
A favor da instalação das câmeras nas fardas da Polícia Militar da Bahia, a co-vereadora Laina Crisóstomo já havia declarado que a medida minimizaria os processos de violência recorrentes contra a população negra.
“Esse caminho é muito importante. Dados mostram que a colocação da câmera tem minimizado os processos de violência. Existe um debate, não é só sobre a câmera, é estrutural. A Polícia Militar nasce para capturar homens pretos e mulheres pretas. A gente está dizendo que hoje não é possível pôr fim à Polícia Militar, mas talvez o caminho seja esse, desmilitarizar. É um debate muito sério, porque o adoecimento é da população, mas também é do profissional […] A gente faz um debate sobre direitos humanos para todos os corpos, porque estão sendo violentados, mas a ideia das câmeras pode diminuir”, disse ela.
Em absoluto repúdio ao ocorrido, as Pretas cobram do governo e da prefeitura municipal uma nova política de segurança pública, visto que são inúmeras as denúncias de abusos e violações cometidos por policiais na Bahia, entre essas acusações estão execuções sumárias, torturas, desaparecimentos forçados, invasões de domicílios e intimidação de testemunhas. As primeiras apurações do caso foram realizadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a unidade territorial seguirá com a investigação.