‘Essa é a realidade dos jovens negros brasileiros’, diz Ireuda Silva sobre abordagem a filhos de embaixadores no RJ
Na noite de quarta-feira (3), um incidente em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, envolvendo filhos de diplomatas, reacendeu a discussão sobre racismo e violência policial no Brasil. Os dois policiais militares que abordaram os adolescentes são agora investigados por injúria racial pelas Delegacias de Apoio ao Turismo (Deat) e de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), comentou o caso, destacando a disparidade na abordagem policial em função da cor da pele. “Se os adolescentes fossem brancos, a abordagem não teria acontecido. Essa é a realidade dos jovens negros brasileiros, que enfrentam o preconceito e a violência diariamente,” afirmou a vereadora.
Entre os jovens abordados, estava um garoto de 14 anos, filho de uma assistente do embaixador do Canadá no Brasil. Ele caminhava junto a outros quatro jovens – dois brasileiros brancos e dois filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Faso, ambos negros – pela rua Prudente de Moraes, em Ipanema, quando foram surpreendidos pelos agentes com armas em punho.
Para a republicana, o caso é mais uma prova de que o racismo estrutural continua a afetar profundamente a sociedade brasileira, especialmente os jovens negros. “É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda estejamos lidando com situações como essa. A abordagem violenta e discriminatória desses policiais não pode ser ignorada e deve ser punida com rigor,” concluiu.
A vereadora também ressaltou a importância de uma formação policial que inclua o combate ao racismo. “Precisamos de uma polícia que proteja todos os cidadãos igualmente, independentemente da cor da pele. A educação e o treinamento são essenciais para mudar essa realidade”, disse.