A experiência do aposentado precisa ser valorizada no Brasil
Alderico Sena
Enquanto nos países desenvolvidos o aposentado é valorizado e reconhecido no Brasil é uma inversão total.
Investir, reconhecer e valorizar a experiência do aposentado é uma questão de visão e projeto de Estado. Estudo para a inclusão social do aposentado no mercado de trabalho se faz necessário, visto o alto nível de conhecimento nas diversas áreas que contribuirá muito para o enriquecimento e a qualidade profissional dos mais jovens.
As Constituições Federal e Estadual, garantem proteção e a dignidade da pessoa idosa. É interessante observar que, embora novas imagens sobre a velhice sejam construídas, visto que limitadas representações ainda circulam no imaginário social.
A sociedade contemporânea é marcada pelos valores individualistas, de forma que se faz necessário um movimento para resgatar a qualidade dos vínculos entre as gerações mais novas e as mais velhas. Não é verdadeiro afirmar que apenas uma geração dá algo de si enquanto a outra, passivamente, torna-se receptora inerte destas dádivas. A troca de conhecimento e aprendizado para ambas as gerações, devido aos avanços tecnológicos e um mercado globalizado será um excelente projeto.
Instituições públicas e privadas devem investir no aposentado para repassar experiência profissional, visando extinguir preconceitos e despertar no jovem e comunidade a importância para a valorização dos idosos, visto que todos serão idosos amanhã e mostrar que os excluir é como rejeitar o passado e o futuro de todos. A escola terá uma função importantíssima na formação ética e moral dos jovens, além de colaborar com o desenvolvimento de cidadania em sentido amplo. A falta de convívio entre estas gerações priva o jovem de entrar em contato com a sabedoria dos mais velhos, através de uma aprendizagem dinâmica, responsável e profissional, bem como impede que os idosos conheçam novos hábitos e costumes por meio de uma troca interessante de experiências. Projeto desta natureza com o objetivo de melhor convivência, interação, cooperação, ajuda mutua e solidariedade entre jovem e o idoso será um MARCO de conhecimento, principalmente para as gerações que virão. Existe também o inquestionável direito de exercício da cidadania por aqueles que já alcançaram uma idade mais avançada e não justifica que sofram preconceitos e discriminações no mercado de trabalho e nos ambientes sociais.
A reflexão e o debate sobre as gerações são necessários, para se construírem relações mais igualitárias e cooperativas, vislumbrando, assim, a criação de espaços de integração e de ensinamentos para as diferentes gerações nas instituições. Afinal, os aposentados merecem dignidade humana e é dever do Estado desenvolver políticas públicas para assegurar a inclusão social, requisito essencial para a efetivação dos princípios fundamentais contidos na Constituição Federal, art. 230, Lei 8.842/94 e a 10.741/2003. O aposentado quer também o direito de escolher de continuar laborando ou usufruir os rendimentos de sua aposentadoria.
Alderico Sena – Especialista em Gestão de Pessoas e Ex-Presidente do Movimento dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do PDT/Bahia e Vice-Presidente Nacional do MAPI/PDT- site: www.aldericosena.com – Consulte