Adolfo Menezes exorta melhoria do ambiente político na reconstrução do Brasil
Discurso do presidente reeleito da ALBA foi durante Sessão Solene de abertura da 20ª Legislatura e leitura da mensagem do governador Jerônimo Rodrigues
Em discurso de abertura dos trabalhos da 20ª Legislatura da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, ocorrida na manhã desta sexta-feira (03.02), o presidente reeleito da Casa, deputado Adolfo Menezes (PSD), fez uma exortação à classe política.
“Iniciamos o mandato com uma responsabilidade gigantesca. O País passa por uma reconstrução, num dos instantes mais delicados da vida brasileira. É fundamental que os Legislativos Estaduais e Federal comprometam-se e exerçam papel de proa na vitória dos desafios. A Bahia tem um peso político e econômico extraordinário nessa tarefa”, conclamou, Menezes.
O brado do chefe do Legislativo baiano tem alcance nacional. “A classe política tem o dever de trabalhar pela melhoria do ambiente político no País. Fora da política não há solução para os problemas que atormentam a Nação”, explicou.
“É fácil enxergar crise institucional, crime humanitário de povos indígenas e um abalo de confiança no mercado, frente o crash das Lojas Americanas, para não citar o quadro sombrio que tanto preocupou nos últimos quatro anos”, descreveu.
A fala de Adolfo Menezes, ante uma plêiade de autoridades civis e militares, na verdade, foi um freio de arrumação republicano e democrático, alicerçado na lei maior do País.
“É a Constituição Federal que deve balizar as ações de cada um. Executivo governa, Legislativo legisla, Ministério Público investiga e Judiciário julga. Os civis exercem seus direitos, mas também têm deveres. E os militares se mantêm em sua relevante tarefa constitucional, que é a defesa de nossa soberania”, disse Menezes, apontando caminhos.
DESCULPAS AOS YANOMAMI
“A nossa Constituição não pode ser interpretada ao sabor de interesses corporativos. Isso é essencial à consolidação da democracia, bem como salutar à melhoria do ambiente de negócios, que é o que vai possibilitar a vital recuperação econômica do País e, por extensão, dos Estados”, afirmou.
Reeleito à presidência da Casa com 61 votos, dos 63 possíveis, Adolfo Menezes abriu o discurso ressaltando que “a democracia triunfou, o terrorismo perdeu e a civilização suplantou, mais uma vez, a barbárie”, em referência aos atos terroristas que vandalizaram a sede dos três poderes, em Brasília, no ‘infame’ 8 de janeiro último.
Menezes ainda elogiou o legado de ex-governadores: o atual ministro Rui Costa (Casa Civil) e do senador Jaques Wagner. “No âmbito do Estado, para a felicidade de nosso governador Jerônimo Rodrigues e do vice Geraldo Júnior, aqui presentes, o cenário político-administrativo herdado é outro, absolutamente diferente da herança que o presidente Lula encontrou”.
Presidente também pontuou a posição do Brasil no cenário internacional. “Na esfera geopolítica, já vivemos novos tempos, com o Brasil retomando o protagonismo no concerto das Nações”, comentou, elogiando o retorno do País à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a aliança estratégica Brasil-Argentina, semana passada.
Ao desejar um mandato profícuo aos parlamentares, ao governador Jerônimo Rodrigues e ao vice Geraldo Júnior, Adolfo Menezes lembrou o trabalho da Casa “na defesa da ciência, no enfrentamento às tragédias ambientais, na ajuda às vítimas, igualmente na defesa da democracia e do estado de direito”. E afirmou: “A ALBA, mais uma vez, não se furtará ao seu compromisso com a Bahia e os baianos”.
Menezes finalizou a fala fazendo um pedido de desculpas aos Povos Indígenas e Originários do País, especialmente à Comunidade Yanomami, pelas cenas dantescas vindas a público.
“Em meu nome e em nome do povo baiano, peço perdão” E enfatizou: “A fome é brutal e inaceitável no terceiro maior produtor de alimentos do mundo. A fome, como arma de extermínio de um povo, é crime. É genocídio”.
Fotos: Vaner Casaes/ALBA