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Aprendemos a cumprir deveres e não aprendemos a exigir direitos

            É comum reclamarmos de nossos políticos, governantes quando por uma ou outra situação sentimos desassistidos seja na segurança, na educação, saúde e outros tantos serviços públicos que é dever do Estado e direito do cidadão.
Temos um pensamento equivocado, acreditando que ser cidadão é apenas exercer o direito de votar; tanto que, o período que mais ouvimos a palavra cidadania ser pronunciada é em períodos eleitorais.
Nós brasileiros conhecemos de cor e salteados nossos deveres e o Estado insiste em nos deixar bem informado sobre eles. Porém, a minoria esmagadora conhece seus direitos, ou melhor, sabe apenas o direito de cumprir deveres. A sociedade não se dá que há uma Constituição Federal que ao mesmo tempo em que impõe deveres, também apresenta os direitos a saúde, a educação, a segurança, etc.
Pois bem, precisamos entender que ao elegermos nossos governantes e políticos, delegamos a eles o direito de nos representar, de administrar, mas também que nossos direitos sejam respeitados e cumpridos. Portanto, ainda que ao elegermos venhamos a errar na escolha, isto é, votarmos em pessoas descomprometidas e que deixam de cumprir suas obrigações temos o Ministério Público, o Judiciário para recorrer e exigir nossos direitos.

       Quando se diz que a sociedade precisa se organizar fundando entidades não governamentais é neste este intuito. Isto é, criar uma estrutura de organização da sociedade para defender e dar cidadania a população e colaborar com o Estado, mas sobretudo, exigir que os direitos constitucionais sejam cumpridos.
O que vemos cotidianamente é que; há uma sociedade desorganizada. Há uma imensa maioria de pessoas humildes sem o mínimo de conhecimentos de seus direitos e que por isso, não agem como cidadãos, sendo então, manipulados pelo Estado. Manipulado por uma máquina corrupta que de todas as formas não cumprem suas obrigações.
É triste quando vemos pessoas morrendo nas filas dos hospitais pela falta de assistência médica. Quando vemos uma péssima qualidade de ensino público. Adolescentes que não tem transporte adequado para locomoverem até as escolas. Uma sociedade desprotegida sob o aspecto de segurança em todos os sentidos. A violência não é mais privilégio das grandes metrópoles, mas transformou-se numa epidemia país afora, e tudo isto ocorrendo porque o brasileiro não conhece seus direitos.
É comum pessoas procurarem a assistência social e deparar com falta de medicamentos. É comuns os moradores de pequenas cidades ao necessitarem de tratamentos nos grandes centros o município alegar falta de transportes. Está sendo uma prática comum hospitais negarem atendimentos médicos à pacientes de outros estados. O Serviço Único de Saúde (SUS) não é uma Lei municipal ou estadual, é uma Lei nacional. É um direito de todo cidadão brasileiro independente seja seu Estado ou município de origem.
Enfim, quem faz o político é a sociedade e não se pode permitir ocorrer o contrário. Quando toda sociedade acordar para seus direitos e exigirem que sejam cumpridos perceberemos que o menor detalhe da cidadania é escolher os políticos, pois independentes quais forem terão que cumprir a Lei, sob pena de responderem civil e criminalmente por suas más gestões pública. Por tanto, o mais importante que a punição para estes maus políticos é a garantia dos cidadãos terem seus direitos resguardados.

       Quem não gosta de política é governado por quem gosta e também, “Quem não luta pelos direitos não é digno deles”. Rui Barbosa

Alderico Sena – Bacharel em Teologia Sociedade e Política, ESPECIALISTA EM Gestão de Pessoas e Coordenador de Pessoal da Assembleia Estadual Constituinte 1989 – www.aldericosena.com – aldericosena@gmail.com

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