Bahia perde ativista de direitos humanos Andréa Mércia Araújo
A Bahia perdeu na manhã deste sábado, 8, a ativista de direitos humanos e dos movimentos sociais Andréa Mércia Araújo, coordenadora da Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas da Bahia (CEAPA), órgão da Secretaria de Ressocialização e Administração Penitenciária (SEAP) que trabalha pela redução do encarceramento.
Assistente social, militante feminista e ativista negra pela garantia dos direitos das comunidades tradicionais de terreiro, Andréa Mércia Batista de Araújo liderou durante anos a política de medidas alternativas à prisão, contribuindo para o debate racial e sobre a segurança pública no Brasil.
Ela morreu neste sábado devido às consequências de uma trombose e deixa dois filhos, além de um namorado, com quem planejava casar em breve.
Formada em 1998 pela UCSAL – Universidade Católica do Salvador, especialista em Administração e Planejamento de Projetos Sociais pela Universidade Gama Filho, era mestranda em Segurança Pública, Justiça e Cidadania pelo Progesp/UFBA, com vasta experiência no desenvolvimento de políticas na esfera dos Direitos Humanos e no campo sociojurídico, com ênfase no atendimento especializado às pessoas em cumprimento de Alternativas Penais.
Atuava principalmente na perspectiva do desencarceramento, na aplicação de soluções humanizadas e restaurativas para redução da criminalidade.
A CEAPA, que ela coordenava, conta atualmente com 17 unidades em Salvador e no interior do estado e integra esta política pública do Estado da Bahia há 18 anos.
Participava das convocações do GT – Grupo de Alternativa Penais – CGAP/DEPEN/ MJ, integrou a Comissão Sociojurídica do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS-BA, foi membro da Comissão Estadual de Direitos Humanos e do Conselho Estadual LGBTT da SJDHDS/Governo do Estado da Bahia, integrou a CONAPA – Comissão Nacional de Apoio às Penas e Medidas Alternativas e foi diretora do CRESS.
Pesar
O Coletivo de Entidades Negras (CEN) se solidariza com a família, amigos e colegas da ativista Andréa Mércia.
O próprio CEN está completamente de luto e com o coração dos membros da sua direção e militantes apertados diante de tamanha perda.
Convivemos e dividimos a luta social com Andréa Mércia durante anos, mas de forma mais próxima no último período por sermos a instituição que executa a CIAP (Central Integrada de Alternativas Penais Diversas à Prisão), política pública ligada à CEAPA.
Neste período, pudemos desfrutar e nos encantar com a doçura e firmeza desta grande mulher, militante e gestora. Mas, agora, a perdemos com muita dor e nos despedimos mesmo sem querer e sem nos conformar.
Que os Orixás, que nossa mãe Iansã, a conduzam para o Orun em paz!
Olorum Kosi Purê!
Com informações da Carta Capital