Bankoma encerra Lauro Folia 2024 com desfile emblemático e tradições afro-brasileiras
As cores verde e branco, que simbolizam a divindade do Tempo na nação de Angola, irradiaram sua beleza durante o desfile do Bloco Afro Bankoma nesta Quarta-feira de Cinzas (14), no bairro de Portão. O tradicional arrastão do “Furacão da Alegria” encerrou com brilho o Lauro Folia 2024, após cinco dias repletos de festividades em Lauro de Freitas.
Com 24 anos de existência, o Bankoma levou para a Rua Queira Deus a temática “Ninjila Dja Mya Ukulu: Caminhos do Tempo”, refletida em seus trajes, coreografias e músicas que cativaram a comunidade. Também simbolizado por uma árvore, o tema demonstrou como a divindade Tempo representa o passado, presente e futuro, marcando a trajetória do bloco de maneira emblemática.
Como explicou Mameto Kamurici, Mãe Lúcia do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, o desfile ainda conclui uma trilogia que narra a história do povo de santo. “Ano retrasado contamos a história do nosso povo, vindo da África, atravessando o mar e chegando a estas terras que hoje chamamos Brasil, onde nos unimos aos povos originários. Falamos sobre esse caminho do tempo que nos transformou no que somos hoje”, disse.
A prefeita Moema Gramacho participou do tradicional arrastão que, para o Terreiro São Jorge Filhos da Goméia, marca o início das comemorações do centenário de Mãe Mirinha de Portão, fundadora do terreiro. “O Bankoma representa nossa cidade não só aqui, mas no Carnaval da capital e do mundo. Esse bloco-afro representa nossa cultura, tradição e valorização das matrizes africanas”, pontuou Moema que esteve acompanhada do secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro.
Para a moradora Ana Cristina Souza, que da porta de casa viu o desfile passar, todo ano o Bankoma surpreende em suas apresentações. “A passagem do bloco aqui no bairro é muito boa, porque muitas pessoas não podem ir para Salvador para assistir ao desfile lá, então aqui é para a comunidade, e é muito lindo ver as crianças, os adultos, todos bem arrumados, dançando e cantando”, relatou.
Texto – Laerte Santana
Foto – Rafael Magno