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Biópsia possibilita diagnóstico precoce em 80% dos casos de câncer de próstata

Campanha Novembro Azul alerta para riscos da redução dos exames durante a pandemia

As políticas de rastreamento do câncer de próstata fazem com que hoje mais de 80% dos pacientes sejam diagnosticados em fase precoce, uma mudança de cenário em relação à década de 1980 quando mais da metade dos diagnósticos se davam com a doença em fase avançada.

“A conjunção do PSA e toque retal identifica aqueles pacientes com maior risco de câncer de próstata, entretanto, o diagnóstico definitivo é sempre realizado através do procedimento de biópsia”, explica o urologista Lucas Batista, coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Cárdio Pulmonar (HCP) e presidente da seccional Bahia da Sociedade Brasileira de Urologia.

A biópsia de próstata é um novo serviço do HCP que ganha destaque neste Novembro Azul, mês de conscientização sobre a doença que deve atingir mais de 65 mil brasileiros em 2020, sendo responsável por até 15 mil mortes, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O urologista Lucas Batista explica que a ultrassonografia não é capaz de identificar lesões tumorais dentro da próstata e as biópsias prostáticas eram tradicionalmente realizadas através de amostras aleatórias da glândula.

“Os avanços tecnológicos, em especial a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, permitiram a identificação dos focos tumorais suspeitos dentro da próstata, ajudando a guiar a biópsia para esses focos em adição à amostragem randômica já realizada, elevando em aproximadamente 10% o diagnóstico de doenças com necessidade de tratamento”, explica o médico.

Para Lucas Batista, a biópsia guiada por fusão de imagens entre a ultrassonografia transretal e a ressonância constitui o padrão-ouro no diagnóstico do câncer de próstata, “tendo uma capacidade de diagnosticar a presença do tumor em mais de 80% dos casos.”

A biópsia de próstata, solicitada diante de uma elevação anormal do PSA ou presença de nódulo ao toque, é um exame realizado sob sedação, guiado por ultrassonografia transretal, no qual 12 ou mais pequenos fragmentos de próstata são removidos e enviados para análise por um médico patologista.

“A análise microscópica do tecido prostático é importante não apenas para o diagnóstico, mas para graduar a agressividade da lesão tumoral”, afirma o especialista.

De acordo com o especialista em câncer de próstata, o oncologista Vinicius Carrera, da Oncologia D’Or/HCP, quando o diagnóstico é tardio e o câncer faz metástase não existe mais chance de cura. “Nesse momento, ocorre apenas o uso de remédios paliativos para os sintomas causados pela doença”, acrescenta, ao reforçar a importância do diagnóstico precoce.

O oncologista diz ainda que a tecnologia avançou e as cirurgias feitas para o tratamento do câncer de próstata garantem questões como a preservação vascular e conservação da potência sexual.

 

Pandemia – Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da pandemia da Covid-19. A pesquisa on-line abrangeu 22 estados da federação e teve 499 participantes. Na pesquisa, 23% dos participantes relataram ter encontrado dificuldade de acesso ao procurar por consultas ou tratamentos médicos durante a pandemia e 40% disseram que não procuraram.

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