Bolsonaro planeja enviar 1,2 milhão de ovinos por ano à Arábia Saudita
Segundo reportagem assinada pelo jornalista Rodolfo Costa, publicada neste domingo (12) pela Revista Oeste, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) se mobiliza para lançar o quanto antes o primeiro projeto dentro do Sertanejo Forte, megaprograma que visa a criação de oportunidades de trabalho no sertão. A ação visa atender a uma demanda regular de países do Oriente Médio de ovinos vivos, cordeiros para abate.
O governo mantém contato com empresários brasileiros que embarcam cordeiros vivos para a Arábia Saudita, o Líbano, os Emirados Árabes Unidos, entre outras nações. Só para a Arábia Saudita, fala-se de uma demanda de 100 mil cordeiros vivos por mês. É essa a articulação que o Executivo visa atender no momento.
A intenção do governo é acenar com a busca de uma boa relação comercial com a Arábia Saudita. Em 2019, durante visita do presidente Jair Bolsonaro ao país, o chefe da nação, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, anunciou um investimento de R$ 10 bilhões ao Brasil. Atender à demanda de cordeiros é, portanto, um passo para estreitar o convívio.
O projeto é o mais avançado entre as iniciativas em discussão sobre o desenvolvimento no semiárido. Para ser posto em prática, falta o governo autorizar a concessão de empréstimo do Banco do Nordeste para um grupo de 10 grandes empresários que vão tocar a ação. O aporte previsto é de cerca de R$ 2 bilhões. O titular do MDR, Rogério Marinho, chegou a se reunir com o embaixador da Arábia Saudita, em maio, e acenou com esforços para concretizar o projeto.
Expectativa
Cada um dos 10 empresários atuará com um grupo de 1 mil pequenos produtores. Ou seja, são esses 10 mil pessoas no total que vão cuidar da produção de cordeiros vivos. O empresariado vai fornecer a infraestrutura e garantir que o sistema de integração possa abastecer a demanda mensal.
Os cálculos apontam que a receita anual com o projeto será de R$ 840 milhões. A expectativa é que parte dessas vendas vá para o bolso de pequenos produtores, entre eles, alguns beneficiários do Bolsa Família.