Chuvas favorecem aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas
Com as chuvas, a população deve ficar em alerta ao aparecimento de animais silvestres em espaços urbanos. Isso porque a chuva alaga as tocas e leva algumas espécies, a exemplo das serpentes, a sair do seu habitat em busca de abrigo. Na semana passada, por exemplo, a Guarda Civil Municipal (GCM) resgatou uma serpente, uma tartarugam, um pássaro, um urubu e uma coruja. Os animais foram encaminhados para centros específicos, como o Projeto Tamar, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia (Noap) e Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Este ano, a GCM já contabiliza 983 animais resgatados. No ano passado, foram resgatados 1.029. As espécies mais resgatadas esse ano foram as serpentes (213), entre as quais 146 foram jiboias; jabutis e cágados (101),;os sariguês (95); as corujas (39); e os micos (33). Em outubro, dois jacarés (um da espécie jacaré-anão e o outro da espécie coroa) e uma sucuri de dois metros foram resgatados na praia de Jaguaribe.
Acredita-se que os animais tenham sido levados pelos rios Jaguaribe e Trobogy até a praia, por conta das chuvas. Além da chuva, outro fator que leva ao deslocamento das espécies para o meio urbano é o desmatamento para a construção de prédios e empreendimentos. A pandemia, com as medidas de isolamento social, também favoreceu o aparecimento de animais silvestres em ambientes urbanos
Segundo o supervisor interino do Gepa, André Ferreira, os animais silvestres são encontrados em diferentes bairros de Salvador, visto que há resquícios de Mata Atlântica em diferentes pontos da cidade. As raposas são mais presentes em Mussurunga. Na Paralela, é comum a incidência de serpentes.
Contato – Ao encontrar animais silvestres, a população deve entrar em contato com o Gepa através do telefone (71) 3202-5312, que funciona durante 24 horas. “É importante reforçar que as pessoas não devem se aproximar ou tentar resgatar esses animais. Essa conduta evita acidentes tanto para a pessoa como para o animal. Cerca de 10% dos animais que nós resgatamos estão debilitados em função do popular tentar pegar sem as técnicas e equipamentos específicos. Isso machuca o animal”, conta André.
Maus-tratos aos animais é crime previsto na lei de crimes ambientais. A pena é de três meses a um ano de reclusão, além de multa.