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ECMO ganha espaço nos tratamentos intensivos contra os efeitos de casos graves de Covid-19

O cardiologista Roberto Kalil fala sobre o uso desse equipamento, que atua como uma espécie de pulmão ou coração mecânico

A cada dia se descobrem novas peculiaridades da Covid-19. Já se nota que, no tratamento dos casos graves da doença, a intubação ou ventilação mecânica em UTI nem sempre é suficiente. O uso da ECMO se torna então uma alternativa para pacientes com esse tipo de quadro, que inspira maiores cuidados, garantindo sobrevida e salvando vidas.

Professor titular de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, o médico Roberto Kalil, do InCor e hospital Sírio Libanês, explica que a oxigenação por membrana extracorpórea, ou ECMO, é capaz de substituir o pulmão por alguns dias ou semanas, até que o órgão esteja desinflamado e possa voltar a funcionar normalmente. Com isso, o paciente ganha tempo para sua recuperação.

A técnica surgiu há tempos, e já havia sido utilizada para tratamentos na epidemia de H1N1. Agora, com a pandemia da Covid-19, passou a ser mais rotineira nas UTIs. A ECMO também auxilia o coração, em casos de pacientes com insuficiência cardíaca grave. O procedimento é feito com uma máquina ligada ao paciente por meio de cateteres. O sangue retirado do corpo é bombeado para o oxigenador (pulmão artificial), e retorna oxigenado para o coração.

Roberto Kalil é presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (InCor/HCFMUSP) e diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

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