Em reunião, PSOL e CEN decidem ingressar com ação civil pública no (MPE) para barrar os projetos de urbanização e de mudança de nome do Abaeté
Na oportunidade, foi discutida a possibilidade de um “Centro Interreligioso” para contemplar os terreiros de candomblé e os evangélicos que utilizam o local para realização dos rituais religiosos
O PSOL baiano e o Coletivo de Entidades Negras (CEN), durante reunião com a yalorixá Jaciara Ribeiro, referência na luta contra a intolerância religiosa, do terreiro Abassá de OGUM, localizado em Itapuã, na tarde de ontem (14), deliberaram que irão ingressar com ação civil pública junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública da União ( DPU) para barrar os projetos de urbanização das Dunas do Abaeté e de mudança de nome PL 411/2021 de autoria do vereador Isnard Araújo (PL). O encontro contou as presenças da presidente estadual do PSOL, Elze Facchinetti, e da pré-candidata ao Senado do PSOL Bahia, Tâmara Azevedo.
Na ocasião, o pré-candidato ao Governo do Estado do PSOL Bahia, Kleber Rosa, salientou que a prefeitura precisa explicar a origem do recurso que será injetado na obra de urbanização. “Na placa que foi colocada pela gestão municipal consta o valor que será investido. Entretanto, no Portal da Transparência não há nenhuma referência ao recurso. Precisamos de mais transparência com a utilização do dinheiro público. É direito da sociedade e dever do gestores apresentar e esclarecer a procedência da verba que será utilizada no projeto de urbanização. O Abaeté é área de Preservação Ambiental e está em processo de tombamento como Patrimônio Imaterial. Não vamos aceitar esse projeto que reflete o racismo institucional e a intolerância religiosa da prefeitura de Salvador”, frisou o cientista social e ativista do movimento negro Kleber Rosa. O vereador Marcos Mendes ( PSOL) protocolou pedido de tombamento do Abaeté junto à Fundação Gregório de Matos que encontra-se em andamento.
O historiador e representante do Coletivo de Entidades Negras ( CEN), Marcos Rezende, destacou que o Estado é laico e defendeu a possibilidade da gestão municipal criar um Centro Interreligioso. “O Abaeté é um local sagrado para os terreiros de candomblé que fazem ebó lá e tiram folhas para usar nos rituais religiosos, mas, também, é muito utilizado pelos evangélicos. Então, a gente pode pensar na possibilidade de um “Centro Interreligioso” para contemplar todas as religiões de acordo com a laicidade do Estado”, argumentou Rezende.
Além da ação civil pública, o PSOL Bahia e o CEN tiraram como encaminhamentos da reunião mobilização para o ” Ebó Coletivo”, que irá ocorrer na tarde desta terça-feira (15), a partir da 13h, em frente à Câmara de Vereadores de Salvador, realização de uma audiência pública e de uma campanha para impedir os projetos de urbanização e de mudança de nome de Dunas e Restingas do Abaeté para “Monte Santo Deus Proverá”