Policial

Espancamentos mortais na Bahia diminuem no primeiro trimestre de 2024, mas subnotificação preocupa

Nos três primeiros meses deste ano, a Bahia testemunhou uma triste realidade: 17 pessoas perderam suas vidas devido a espancamentos, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça. Esse número equivale a aproximadamente cinco vítimas fatais por mês, representando um cenário preocupante de violência.

Entretanto, há um vislumbre de esperança entre as estatísticas sombrias, pois em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 26% nos casos de espancamento em 2024. Isso sugere um possível avanço nas medidas de prevenção e combate à violência, embora seja necessário analisar esses números com cautela, considerando a possibilidade de subnotificação.

Um exemplo ilustrativo dessa subnotificação é o caso ocorrido em Dias D’Ávila, onde um incidente fatal não foi oficialmente registrado. Naquela trágica manhã de 7 de janeiro, dois irmãos foram brutalmente espancados até a morte em um matagal, evidenciando a gravidade desse problema em áreas que muitas vezes não recebem a devida atenção das autoridades.

Entre as vítimas registradas, a maioria esmagadora era composta por homens, totalizando 15, enquanto apenas duas eram mulheres. As ocorrências se espalharam por diferentes regiões do estado, com nove casos em Salvador, dois em Alagoinhas, dois em Feira de Santana, um em Ilhéus e outro em Itabuna, destacando a amplitude geográfica desse fenômeno alarmante.

É especialmente preocupante observar que quase 60% dos espancamentos ocorreram em fevereiro, coincidindo com o período festivo do Carnaval, um dos maiores eventos de rua do país. Horacio Nelson Hastenreiter Filho, professor do Mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ressalta a correlação entre as restrições ao uso de armas durante o Carnaval e o aumento de casos de lesões corporais decorrentes de espancamentos.

Esses dados refletem a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para enfrentar a violência e proteger a população, especialmente durante eventos de grande aglomeração como o Carnaval. Além disso, é fundamental que haja um esforço contínuo para combater a subnotificação e garantir que todos os casos de violência sejam devidamente registrados e investigados, proporcionando justiça às vítimas e suas famílias.

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