Exposição reúne depoimentos sobre vida e obra de José Saramago
Em homenagem ao escritor José Saramago, o Gabinete Português de Leitura apresenta a exposição “Olhares Cruzados sobre José Saramago”, até 30 de novembro de 2021, com visitação das 10h às 12h e das 13h às 16h. Instalada na Biblioteca Infante D. Henrique, a mostra contém painéis, cedidos pelo Instituto Camões, com depoimentos de amigos, críticos e admiradores do escritor português, à época do recebimento do Prêmio
Nobel de Literatura, atribuído ao conjunto de sua obra, em outubro de 1998, portanto, há 23 anos.
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província da Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922. Fez estudos secundários (liceu e técnico) que, por causa de dificuldades econômicas, não pode prosseguir. Seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, além de ter exercido outras profissões como desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou Terra
do Pecado, em 1947. Trabalhou como crítico literário na Revista Seara Nova, fez parte da Redação do jornal Diário de Lisboa, pertenceu a primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores, além de diretor adjunto do jornal Diário de Notícias.
Dentre alguns depoimentos à disposição do público estão: “Os brasileiros também se sentem premiados”, declarou Rachel de Queiroz ao jornal de Notícias. “É uma consagração de Saramago, mas também da literatura portuguesa no seu conjunto…”, pontuou ao mesmo impresso, o escritor José Manuel Tengarrinha. “…O mundo aprendeu os portugueses, a dor portuguesa, a melancolia portuguesa, a esperança e o júbilo portugueses, o quente e efusivo amor português ao ler os livros deste homem seco, sábio, sereno, grave, eternamente preocupado com o rigor do pensamento e com a
geometria da palavra”, contribuiu Baptista-Bastos, em publicação na Revista Camões, n.3.
José Saramago escreveu: Terra do Pecado, 1947; Os Poemas Possíveis, 1966;
Provavelmente Alegria, 1970; Deste Mundo e do Outro, 1971; A bagagem do Viajante, 1973; O Ano de 1993, 1975; Os Apontamentos, 1976; Manual de Pintura e Caligrafia, 1977; Objeto Quase, 1978; Poética dos Cinco Sentidos, 1979; A Noite (1979); Levantado do Chão (1980); Viagem a Portugal, (1981); Memorial do Convento, 1982; O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984; A Jangada de Pedra, 1986; A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987; História do Cerco de Lisboa, 1989; O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991; A Caverna, 2000; O Homem Duplicado, 2002; As Pequenas Memórias, 2006; O Caderno, 2009; Caim, 2009.
Foi Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada (1985); Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas (1991); Prêmio Camões (1995); Doutor Honoris Causa (1999), pela Universidade de Nottinghan, na Inglaterra; Doutor Honoris Causa (2004), pela Universidade de Coimbra. Em 2007 criou a Fundação José Saramago. Morreu em 18 de junho de 2010.
A Revista de Cultura e Literatura de Língua Portuguesa QVINTO IMPÉRIO, editada pelo GPL, em seu número 23 (2009-2010), em homenagem a José Saramago, está à venda na Biblioteca da instituição.
A iniciativa integra a programação do projeto “Gabinete Português de Leitura: a cultura portuguesa viva na Bahia”, com apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.