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Governador defende atuação conjunta com o governo federal para elucidar morte de Mãe Bernadete

Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, dia 21, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), abordou novamente o trágico falecimento da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, também conhecida como Mãe Bernadete. Ela foi assassinada na noite de quinta-feira passada, dia 17, nas dependências do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O líder estadual ressaltou a importância de conduzir as investigações de maneira conjunta entre o governo estadual e federal para esclarecer o crime. Ademais, o político do Partido dos Trabalhadores (PT) mencionou que três hipóteses estão sendo consideradas pelas autoridades policiais.

“Das três hipóteses, uma delas aborda o território quilombola, embora haja uma perspectiva de que este caso não esteja diretamente relacionado ao território. Contudo, mesmo que não se trate deste motivo, é necessário enfrentar essa problemática. Já nos pronunciamos junto ao Incra para agilizar o processo de regularização daquelas terras. O assunto não diz respeito apenas a um indivíduo, estamos tratando de diversos territórios quilombolas e indígenas que merecem atenção. Embora talvez o problema não esteja relacionado ao território, acreditamos que seja uma questão que requer nosso comprometimento”, afirmou o governador.

“Outra hipótese versa sobre intolerância religiosa. Embora também fosse uma figura influente entre os povos de terreiros, existe essa possibilidade que ainda não podemos confirmar. No entanto, mesmo que essa não seja a causa, é imprescindível enfrentar a questão religiosa em prol da democracia. A terceira hipótese envolve a disputa entre facções. Esta é a teoria que a Polícia Civil considera mais plausível no momento, embora seja somente uma suposição. Se esta hipótese se mostrar verdadeira, colaboraremos com o governo federal e a Polícia Federal para resolvê-la”, acrescentou.

Mãe Bernadete, além de ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, era líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela também era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como Binho do Quilombo, outra liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, que também foi assassinado há seis anos.

No dia subsequente ao crime, o governador Jerônimo Rodrigues utilizou as redes sociais para assegurar a rigorosa investigação do homicídio. De acordo com um comunicado da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), após tomar conhecimento do incidente, a Polícia Militar, Civil e Técnica imediatamente iniciaram as diligências e a perícia no local para identificar os responsáveis pelo crime.

Segundo a secretaria, informações preliminares indicam que dois indivíduos, usando capacetes, entraram na residência da vítima, situada na cidade de Simões Filho, e efetuaram disparos com arma de fogo.

No sábado, Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, informou que os familiares de Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga dos Palmares como medida de segurança. Essa informação foi divulgada em uma entrevista concedida à Agência Brasil. Ângela mencionou que equipes da secretaria e policiais estão presentes na comunidade para garantir a segurança dos moradores.

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

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