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Hilton Coelho apresenta moção de pesar à pioneira nos estudos sobre assédio moral no Brasil

A morte da médica Margarida Maria Silveira Barreto consternou o deputado Hilton Coelho (PSOL). Faleceu nesta quinta-feira, 3. Lutava há mais de um ano contra um câncer no estômago, quadro agravado pelo contágio por Covid-19 no início de 2022 Professora do curso de Pós-graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, era conhecida e reconhecida no meio científico e sindical por seu pioneirismo nos estudos que identificaram e conceituaram o assédio moral no trabalho. Suas pesquisas ajudaram a identificar o impacto das diversas formas de assédio na vida dos trabalhadores.

“A companheira Margarida Maria Silveira Barreto, mulher guerreira, trabalhadora, médica, professora e pesquisadora, carinhosamente conhecida como Guida, sempre confirmou que seu conhecimento foi tecido em ‘Aprendizado da Vida’, e confirmava de forma cotidiana que há esperanças quando há luta. Formou-se médica pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública de Salvador, Bahia, cursando posteriormente o Mestrado e Doutora pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP”, detalha o legislador.

Hilton Coelho afirma na moção que “sentiremos muito a ausência de Margarida Barreto. ‘De quem aprendemos a atormentar o próximo e a humilhar o mundo?’. A esta pergunta de Eduardo Galeano, os estudos de Margarida nos fazem ecoar e revelar o que acontece, que, a organização da vida, sobretudo a organização do trabalho, sob o atual sistema é violenta. Como forma específica de violência no trabalho, os estudos dela, realizados através da escuta atenta aos que vivem do trabalho, discutiram sobre o assédio moral, a violência sutil, as mazelas do mundo do trabalho. Ela mostrou como a classe trabalhadora vivencia uma jornada de humilhações no seu labor. Foi incansável em alertar que a luta contra o assédio moral no trabalho precisa ser concebida como luta de classe. Em todo o seu caminhar, esteve em combate ao machismo e ao racismo enquanto questões estruturais na sociedade brasileira”.

O parlamentar conclui afirmando que “Margarida Barreto, para além de camarada, era uma fonte de conhecimento e de afeto. Ao anunciar seu adoecimento, em junho de 2021, Margarida fez um pedido: ‘vou precisar de carinho’. E ela, que tanto cuidou da nossa classe, contou com uma comunidade de amigos e amigas. Sua trajetória foi reconhecida, de forma singular, em novembro de 2021, pelo Congresso Virtual, Managua- Nicarágua, IV Congresso Iberoameniracano sobre el Acoso Laboral e Institucional Margarida Maria Silveira Barreto. A grande beleza de nossa amiga e camarada foi a sua bravura. ‘Neste momento estou vivendo uma guerra acirrada contra o câncer, mesmo sabendo o quanto é difícil derrotá-lo, mas não desisto’. Viva Margarida! Margarida, presente”.

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