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Hilton Coelho apresenta moção de pesar pelo falecimento de Vítor Braz de Souza, jovem líder Pataxó

Em moção de pesar registrada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o deputado Hilton Coelho (PSOL) manifestou seu protesto e dor em relação ao assassinato de Vitor Braz de Souza, mais conhecido como Vitor Pataxó, ocorrido no dia 14, segunda-feira. “Jovem liderança do povo Pataxó do território Ponta Grande, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, aprendeu desde cedo a importância da luta, pois via na sua mãe Núbia, no seu avô cacique Jonga e na sua avó pajé Japira expressões vivas da resistência contra toda forma de preconceito, discriminação e racismo. Com apenas 22 anos, Vitor era ativista dos movimentos sociais, atuando em diversas frentes da luta Pataxó em defesa da retomada de seu território tradicional e da afirmação da cultura indígena”, afirma.

Hilton Coelho avalia que “a vida de Vitor Braz foi ceifada de forma covarde, banal e violenta. O crime aconteceu dentro do próprio território indígena, em um imóvel que sediava uma festa de paredão. Já passava das 23 horas e incomodados com o som alto, lideranças e integrantes da comunidade indígena, foram até o local para exigir da organização do evento respeito ao horário de silêncio. Foi exatamente nessa diligência que Vitor Pataxó foi baleado pelas costas por um não indígena participante da festa, sendo socorrido pela equipe da SAMU, mas não resistindo à gravidade dos ferimentos”.

A moção relata que “o assassinato de Vitor descortina todo estado de insegurança enfrentado pelos povos indígenas, em especial os Pataxó do território de Ponta Grande. No início da pandemia, a aldeia Novos Guerreiros viveu momentos de tensão com o enfrentamento de mandados de reintegração de posse, que violavam as decisões de suspensão dos despejos e desprezava os trabalhos do grupo técnico constituído em 2017 para identificação e delimitação do território. Em agosto de 2021, uma ação violenta da polícia e da guarda municipal de Porto Seguro destruiu barracas de praia de indígenas no território de Ponta Grande, numa escandalosa demonstração de racismo institucional, pois as barracas de não indígenas construídas na mesma área de faixa costeira foram preservadas”.

Hilton Coelho conclui afirmando que “a sociedade precisa tomar ações concretas para acabar com os ataques aos povos indígenas.  Ainda na semana passada, lideranças da aldeia Novos Guerreiros estavam em Brasília acompanhando o julgamento no Supremo Tribunal Federal que contestava a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que proibiu que nenhuma política pública fosse implantada naquele território porque ele ainda não era regularizado. A violência armada e o descaso do poder público presentes no assassinato de Vitor são expressões dos ataques aos direitos indígenas. Num território sem regularização e cobiçado por fortes interesses econômicos, a vulnerabilidade dos indígenas é ainda maior. E a lamentável morte de Vitor Braz de Souza precisa ser compreendida dentro deste amplo contexto, pois a luta por justiça pelo seu assassinato não passa apenas pela prisão e julgamento do autor dos disparos, mas também pela definitiva demarcação e regularização do território Pataxó de Ponta Grande”.

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