Ismael Ivo entra para a eternidade, afirma deputado Hilton Coelho (PSOL) que apresenta moção de pesar na ALBA
“Expresso aqui meu pesar pelo falecimento do bailarino e coreógrafo Ismael Ivo que faleceu, vítima de Covid-19, no dia 08. Começou a dançar na Rua Treze de Maio, no Bixiga, em São Paulo. Como menino negro, Ismael disse que não tinha representatividade, modelos em que poderia se espelhar para alcançar. ‘Tinha necessidade de dizer alguma coisa enquanto um adolescente negro’, disse em entrevista ao programa Roda Viva. Deixou um exemplo grandioso para as novas gerações. Um bailarino e coreógrafo que atinge o mundo e serve de exemplo e espelho, em especial para a juventude negra”, declarou o deputado Hilton Coelho (PSOL) que apresentou moção de pesar na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
O parlamentar destaca que “Ismael Ivo assumiu a direção do Balé da Cidade do Teatro Municipal de São Paulo em 2017, atuou durante mais de 30 no exterior e tinha uma história de superação. Nascido na zona leste de São Paulo, ele encontrou na dança, ainda menino, um caminho de vida e uma forma de lutar contra o racismo. Tinha uma relação muito próxima com Salvador. Foi na capital baiana que, em 1983, que o coreógrafo e diretor estadunidense Alvin Ailey (1931-1989) descobriu Ismael Ivo dançando o solo ‘O Rito do Corpo em Lua’ em uma das históricas Oficinas Nacionais de Dança Contemporânea, coordenadas pela professora Dulce Aquino, na Universidade Federal da Bahia”.
Hilton Coelho conclui afirmando que “Ismael Ivo entra para a eternidade e deixa um legado fabuloso na luta contra o racismo. Em 2017, o dançarino dirigia o Balé da Cidade de São Paulo, tendo sido o primeiro negro a ocupar o cargo. Em 2010, ele foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural no Brasil. O espelho que ele não teve quando criança e adolescente deixou agora com seu trabalho artístico elogiado em todo o mundo da Dança, da cultura e da arte em geral. Brilhou no exterior tendo atuado nos Estados Unidos e depois na Europa por mais de três décadas. Torna-se um imortal que orgulha cada um de nós”.