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 Jaqueline Goes de Jesus é reconhecida pelo prêmio Para Mulheres na Ciência com pesquisa sobre transmissão de doenças entre Brasil e Angola

 A professora Jaqueline Goes de Jesus, da Universidade de São Paulo, foi anunciada como uma das vencedoras de 18ª edição do programa Para Mulheres na Ciência, realizado em parceria pelo Grupo L’Oréal no Brasil, Academia Brasileira de Ciências (ABC) e UNESCO no Brasil. O prêmio tem como objetivo reconhecer e promover a participação feminina nas diversas áreas científicas, contribuindo para o equilíbrio de gênero no cenário brasileiro, premiando as vencedoras com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais para as suas pesquisas.

O projeto de Jaqueline, premiado na categoria Ciências da Vida, aborda uma temática amplamente relevante, especialmente diante do contexto após a pandemia da COVID-19. Seu trabalho foca na análise da transmissão de patógenos (microrganismos que causam doenças), especialmente arboviroses, entre Angola e Brasil, utilizando dados genéticos e epidemiológicos. O estudo já revelou a introdução de linhagens do vírus CHIKV e Zika por meio dessa rota, destacando a importância de compreender e prever a disseminação de doenças.

Jaqueline ganhou destaque nos últimos anos por ser responsável por coordenar a equipe que liderou o sequenciamento do coronavírus no Brasil. A pesquisadora é graduada em Biomedicina pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (2012), possui mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa pela Fiocruz (BA) em 2014, doutorado em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia em 2019, e pós-doutorado na Universidade de São Paulo em 2019.

Seu interesse pela área começou ainda na graduação em Biomedicina, quando teve o primeiro contato com professoras pesquisadoras, e compreendeu pela primeira vez que também poderia ser uma cientista. Apesar dos desafios e preconceitos enfrentados ao longo da carreira, a professora afirmar que a principal forma de lidar é ocupar espaços e contribuir para a mudança de mentalidade das próximas gerações.

“A possibilidade de me tornar uma grande cientista: ser uma professora titular de uma universidade, me tornar líder de um grupo de pesquisa e formar novos alunos. Quero abrir caminhos para outras meninas e mulheres, em especial aquelas que fazem parte de minorias raciais dentro do ambiente acadêmico. Espero ser um trampolim para que essas mulheres também se tornem grandes cientistas!”, afirma Jaqueline.

A pesquisa

Concentrando-se na disseminação de patógenos entre países por meio de transporte aéreo, especificamente em voos entre Angola e Brasil, o estudo se aprofunda na compreensão das dinâmicas de transmissão de doenças, com foco nas arboviroses, que são enfermidades transmitidas por artrópodes, como mosquitos e outros insetos. A rota mencionada não apenas serviu como vetor para a introdução da linhagem do vírus CHIKV, responsável pela Chikungunya, no Brasil, mas também facilitou a migração de linhagens do vírus Zika da América do Sul para a África.

Utilizando uma abordagem fundamentada em dados genéticos e epidemiológicos, o trabalho visa compreender e antecipar a transmissão de doenças nessa rota aérea específica e, com base nisso, desenvolver um protocolo inovador para identificar patógenos transportados e avaliar seu potencial para desencadear surtos de novas doenças. A intenção é contribuir ativamente para a formulação de políticas públicas de transporte, visando aprimorar a capacidade de prevenção e resposta a surtos de doenças emergentes nos países envolvidos.
 

Embora o foco principal recaia na rota Angola-Brasil, as metodologias adotadas no projeto possuem uma aplicabilidade ampla e podem ser extrapoladas para outras regiões do mundo, abrangendo não apenas o transporte aéreo, mas também terrestre e marítimo. A pesquisa propõe uma reflexão mais ampla sobre a transmissão de patógenos em decorrência da globalização e destaca a necessidade de compreender como as interações humanas moldam o cenário global de saúde – e, assim, não apenas desvendar os intrincados caminhos da transmissão de doenças, mas também fornecer insights valiosos para a construção de estratégias eficazes e abrangentes para lidar com os desafios que a globalização impõe à saúde pública.

Sobre o Grupo L’Oréal

A L’Oréal se dedica à beleza há mais de 100 anos. Com seu portfólio internacional único de 37 marcas diversas e complementares, o Grupo gerou vendas no valor de 38.36 bilhões de euros em 2022 e conta com 87.400 colaboradores em todo o mundo. Como líder mundial em beleza, a empresa está presente em todas as redes de distribuição: mercados, lojas de departamento, farmácias e drogarias, cabeleireiros, varejo de viagens, varejo de marca e e-commerce. Pesquisa & Inovação, e uma equipe de pesquisa dedicada de 4.000 pessoas, estão no centro da estratégia da L’Oréal, trabalhando para atender as aspirações de beleza em todo o mundo. Reforçando seu compromisso de sustentabilidade, a L’Oréal anunciou o programa L’Oréal Para o Futuro e estabeleceu metas ambiciosas de desenvolvimento sustentável em todo o Grupo para 2030, visando capacitar seu ecossistema para uma sociedade mais inclusiva e sustentável.

No Brasil, quarto maior mercado de beleza do mundo, a companhia completou 60 anos em 2019 e é uma das líderes entre as empresas de beleza, com um portfólio de 21 marcas no país, como L’Oréal Paris, Maybelline, Garnier, Niely, Colorama, Kérastase, L’Oréal Professionnel, Redken, La Roche-Posay, Vichy, SkinCeuticals, CeraVe, Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren, Cacharel, Prada, Azzaro, Mugler e Aesop.
 

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