Mutirão realiza consultas, mamografias e ultrassonografias em ação de enfrentamento do Câncer de Mama em Salvador
A mobilização acontecerá dia 16/10 (sábado), das 8h30 às 12:30h, na Maternidade Climério de Oliveira (MCO), com palestras e atendimento especializado para 100 pacientes que aguardavam na fila por um exame. A iniciativa é fruto da parceria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Regional Bahia (SBOC-BA), Maternidade Climério de Oliveira e Hospital Aristides Maltez (HAM) e conta com o apoio da Associação Bahiana de Medicina (ABM) para desafogar a demanda reprimida em virtude da pandemia.
Entre as várias doenças cuja prevenção e tratamento foram afetados pela pandemia da covid-19, está o câncer mais numeroso em novos casos e mortes de mulheres no Brasil, depois do de pele não melanoma: o de mama. Um estudo do INCA revelou que o número de mamografias realizadas na rede pública diminuiu 42% em 2020 na comparação com o ano anterior, caindo de 1.948.471 em 2019 para 1.126.688 no ano em que a pandemia começou.
A diferença de 800 mil exames não realizados no ano passado deve significar algo em torno de 4 mil casos de câncer de mama não diagnosticados em 2020, considerando estimativas da taxa de detecção da doença nas mamografias digitais (em média de 5 casos detectados para 1000 exames).
Como medida de enfrentamento ao câncer de mama, será realizado um mutirão onde 100 pacientes da Maternidade Climério de Oliveira com idade acima de 40 anos, que estão na faixa de risco ou com histórico familiar, contarão com atendimento integral à mulher na área de Mastologia. Além de consultas, ultrassonografias e mamografias, serão realizadas pequenas rodas de conversa com a equipe multidisciplinar composta por psicólogas, enfermeiras, nutricionistas e fisioterapeutas, com abordagem de estratégias de prevenção e combate a esse tipo de câncer. Os casos suspeitos da doença serão encaminhados para o ambulatório de Mastologia do Hospital Aristides Maltez, obedecendo os critérios de admissão do serviço.
“O Outubro Rosa, mês de conscientização do câncer de mama, esse ano tem um toque ainda mais especial. Esse ano nós tivemos uma acentuada redução na realização das mamografias de rotina em consequência da pandemia. Com isso, é esperado um boom de casos avançados e um represamento dos casos de câncer em um sistema de saúde que já trabalha no limite da sua capacidade. Com a melhora dos casos de covid-19, as mulheres já estão encontrando dificuldades para agendar as mamografias e visando ajudar essa demanda.”, explica a oncologista Renata Cangussu, que também é presidente da SBOC – Regional Bahia.
DADOS – Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) são estimados para este ano, no Brasil, 66.286 novos casos de câncer de mama. Cerca de 30% deles podem ser evitados com a mudança de hábitos, adotando uma rotina saudável.
O DESAFIO DA OBESIDADE – Entre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama, alguns podem ser evitados e outros não, de acordo com a oncologista Renata Cangussu. “O envelhecimento, histórico familiar da doença e mutações genéticas herdadas são fatores que não podem ser evitados pela mulher. Porém fatores de risco evitáveis que estão ligados ao estilo de vida. Por isso, nossa recomendação é controlar o excesso de peso, praticar regularmente atividades físicas, evitar o excesso de bebida alcoólica, não fumar e amamentar.”, salienta a especialista.
DETECÇÃO PRECOCE – De acordo com a oncologista, o câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura. “Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres acima de 40 anos façam uma mamografia de rastreamento anualmente, mesmo quando não há sinais nem sintomas. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.”, explica.
Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas. Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com seu médico para avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada. A mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade