Obesidade Infantil: Especialista destaca que entender mitos e verdades ajuda a proteger a saúde das crianças
Incentivar a atividade física, preparar refeições em família e dar exemplo com bons hábitos são fortes aliados no combate à doença
A obesidade infantil é um tema que preocupa muitos pais e profissionais de saúde ao redor do mundo. Com o aumento dos índices de sobrepeso entre crianças, torna-se essencial entender os fatores que contribuem para esse problema e derrubar algumas crenças equivocadas. E para desmistificar informações e ajudar no cuidado da saúde das crianças, a endocrinologista e docente da Faculdade de Medicina da Ages em Jacobina, instituição integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, Ysis Mota falou sobre os principais mitos e verdades sobre a obesidade infantil.
De acordo com a médica, é mito que a obesidade infantil é causada apenas pela falta de atividade física. “Muitas pessoas acreditam que o sedentarismo é o único vilão por trás da obesidade infantil, mas essa afirmação é apenas parcialmente verdadeira. Embora a falta de atividade física seja um fator significativo, não é o único responsável. A alimentação desbalanceada, rica em alimentos ultra processados e pobres em nutrientes, o ambiente familiar e fatores genéticos também têm grande influência no ganho de peso das crianças”, destaca a Dra. Ysis, que é também preceptora do Ambulatório de Diabetes da Clínica Integrada de Saúde da Ages.
A docente confirma que a obesidade infantil pode ter impactos psicológicos graves. Crianças com sobrepeso ou obesidade também enfrentam dificuldades psicológicas. “A baixa autoestima, bullying na escola e sintomas de ansiedade e depressão são comuns entre crianças com problemas de excesso de peso. Pais e professores devem estar atentos a sinais como isolamento social, mudanças de comportamento e tristeza persistente, para fornecer apoio e buscar ajuda profissional quando necessário. Por isso, é importante abordar a questão com empatia e apoiar os pequenos com amor e orientação adequada”, pontua a docente da Ages.
A especialista acrescenta que muitos pais acreditam que uma criança acima do peso está melhor nutrida e, portanto, mais saudável, mas destaca que esse pensamento é um mito. “Na verdade, essa crença pode ser prejudicial. A obesidade infantil aumenta o risco de várias doenças crônicas ao longo da vida, além de dificultar o desenvolvimento. Diante disso, para garantir um crescimento saudável, a criança deve estar com peso adequado, que pode ser determinado pelas curvas de crescimento em consulta de rotina”, adverte a médica.
A médica garante que mudanças no estilo de vida da família podem ajudar a combater a obesidade infantil. A Dra. Ysis cita que as crianças são altamente influenciadas pelo ambiente em que vivem e quando os pais adotam uma alimentação mais saudável, praticam atividades físicas e limitam o tempo de telas, elas têm maiores chances de incorporar esses hábitos. Alguns exemplos práticos incluem realizar caminhadas em família, brincar ao ar livre, substituir refrigerantes por sucos naturais e incluir as crianças na preparação de refeições saudáveis. Não se trata de impor restrições ou dietas rigorosas, mas de promover escolhas saudáveis em conjunto.
Além da prática de atividade física e envolver as crianças nas escolhas e preparação de refeições saudáveis, a médica afirma que comer muito cedo ou tarde demais também pode influenciar no peso da criança.
“Apesar de haver certa relação entre os horários das refeições e a regulação do metabolismo, a principal causa da obesidade infantil está no tipo e na qualidade dos alimentos ingeridos. Refeições ricas em gordura e açúcar, consumidas em grandes quantidades, têm muito mais impacto no ganho de peso do que o horário em si. O foco deve ser em uma dieta equilibrada e nutritiva, evitando excessos e incentivando a variedade alimentar”, ressalta a endocrinologista.
A Dra. Ysis Mota conclui que para combater a obesidade infantil, é essencial criar um ambiente acolhedor e positivo para as crianças. “Incentivar a atividade física, preparar refeições em família e, principalmente, dar exemplo com bons hábitos. Combater mitos e buscar informações confiáveis são atitudes fundamentais para garantir que as crianças cresçam saudáveis e felizes. Além disso, é importante evitar culpar a criança pelo excesso de peso. É necessário focar em soluções práticas e compassivas para promover mudanças positivas sem gerar sentimento de culpa ou vergonha. Uma abordagem acolhedora e de apoio ajudará as crianças a se sentirem motivadas e confiantes para adotar hábitos mais saudáveis”, finaliza a especialista.
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