Variedades

“Ópera dos Terreiros” faz estreia mundial em Salvador

O Núcleo de Ópera da Bahia apresenta, pela primeira vez em Salvador, a “Ópera dos Terreiros” no dia 14 de março (sábado), às 18h30, no projeto Concha Negra da Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA). Será a estreia mundial do espetáculo na íntegra, que conta a história de amor entre um negro banto e uma negra nagô, com música e libreto de Aldo Brizzi, e letras de Jorge Portugal.

A abertura da noite será feita pelo projeto Casalabê. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia) e já estão à venda na bilheteria do TCA, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista ou pelos canais Ingresso Rápido.

Com oito personagens principais, além do Coro do NOP, a “Ópera dos Terreiros” gira em torno do amor de Nzailu e Dara, uma espécie de “Romeu e Julieta” na história das pessoas negras que foram escravizadas para construir o Brasil. A relação é complicada desde que os bantos, primeiras populações negras a chegarem ao país, foram destinados ao trabalho pesado nas lavouras de cana-de-açúcar, café e mineração. Também foram os primeiros a montarem as resistências quilombolas.

Já os nagôs, chegados depois, sobretudo as mulheres, seguiram para os trabalhos na casa grande e se dedicaram aos serviços domésticos. Por isso, a família de Dara, que é nagô, jamais consentiria seu casamento com o banto Nzailu, que eram vistos como “afeitos ao trabalho braçal” e cultuadores de inquices, não dos orixás.

Através desse romance proibido, o espetáculo consegue abordar duas das diversas correntes étnicas e culturais que aportaram no Brasil, e a rivalidade que existia entre elas. Tematiza, também, como a busca da liberdade era um ponto em comum a todos. A música segue como norte da narrativa, pelos sons da afro-descendência, misturando canto lírico e alabês. Trechos da ópera foram apresentados, no final do ano passado, em Roma e Grenoble, que terá sua estreia completa agora.

Sobre o Núcleo de Ópera da Bahia

O Núcleo de Ópera da Bahia, criado em janeiro de 2016 por Aldo Brizzi, mescla o universo da ópera com a cultura afro, mais especificamente à afro baiana. Associou-se ao Cortejo Afro e já produziu diversos espetáculos, como a ópera “Treemonisha”, apresentada na Bahia e em Portugal, e a “Ópera Junina”, apresentada em 2017, no Pelourinho.

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