Operação Dengue 2021 envolverá força-tarefa e novidades no combate ao Aedes
Embora Salvador venha contando com um volume expressivo de investimentos na saúde para o combate à pandemia do coronavírus, as estratégias para impedir o avanço das arboviroses causadas pelo Aedes aegypti também continuam sendo tratadas como prioridade. Nesta quinta-feira (18), o prefeito Bruno Reis lançou, em coletiva virtual no Palácio Thomé de Souza, a Operação Dengue 2021, que prevê uma série de ações de combate ao mosquito em toda a cidade.
A mobilização, coordenada pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), terá a participação de diversos órgãos municipais. O lançamento da operação foi estrategicamente escolhido para este mês, que, historicamente, é pontuado por um aumento do número de ocorrências das doenças transmitidas pelo Aedes.
“Março marca a transição do verão para o período das chuvas, sendo o momento mais favorável para a proliferação do mosquito. A pauta prioritária da cidade é o enfrentamento ao coronavírus, mas essa ação está diretamente associada. O objetivo é tirar a pressão do sistema de saúde decorrente de casos da dengue, chikungunya e zika vírus. Isso vai diminuir o número de atendimento de mais pessoas nas UPAs, que estão comprometidas por conta da Covid-19”, explicou o prefeito, ao lado da vice-prefeita Ana Paula Matos e do titular da SMS, Leo Prates.
De 3 de janeiro a 7 de março 2020, Salvador contabilizou 3.526 casos de dengue, 1.864 de chikungunya e 279 de zika vírus. No comparativo atual, as ocorrências dessas arboviroses caíram consideravelmente: no mesmo período deste ano, a cidade registrou 111 casos de dengue, 61 de chikungunya e 19 do zika vírus.
Bruno Reis fez um apelo para que todos os soteropolitanos colaborem para conter a proliferação do Aedes. “Com a pandemia, a população precisa fazer ainda mais sua parte, tirando de suas casas recipientes que acumulam água para evitar o ambiente propício para o mosquito”.
Investimentos e novidades – Para a Operação Dengue 2021, a Prefeitura investirá R$2,5 milhões. Os recursos servirão para aquisições de equipamentos como pulverizador costal de compressão prévia para inseticidas, EPIs para as equipes de saúde, capas para reservatórios de água, botas de segurança para UBV e FOG, respirador facial e filtros, além de insumos como larvicida, inseticida e óleo mineral.
Entre as novidades este ano é a contratação de motofogs – aplicação de inseticida realizada através de motos. O método permite mais agilidade em terrenos e ruas com acessos restritos, onde há dificuldade para entrada de carros.
Já os trabalhos dos agentes de combate a endemias terão apoio de tecnologia. Isso porque as equipes nas ruas terão à disposição tablets em substituição aos formulários impressos. Além disso, serão realizados 30 mil testes rápidos para detecção das arboviroses nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede municipal.
A Prefeitura também intensificará outras medidas dentro dessa estratégia para eliminar focos do Aedes aegypti. Uma delas é a aplicação de larvicidas em imóveis abandonados. Essa estratégia é possível porque o município dispõe de contrato de prestação de serviço com chaveiros.
Também estão previstos instalação de ovitrampas – armadilhas para capturar os ovos do mosquito – nos Distritos Sanitários do Centro Histórico, Barra/Rio Vermelho e Itapuã. A operação conta ainda com iniciativas complementares de controle ao Culex (muriçoca) em seis Distritos Sanitários, onde os agentes farão coleta, aplicação de larvicida e inseticida. As ações ocorrerão em 15 bairros, 21 canais e 64 ruas.
Ações intersetoriais – A Operação Dengue 2021 vai abranger todos os 170 bairros de Salvador e contará com ações articuladas entre as secretarias municipais da Saúde (SMS), Manutenção (Seman), Educação (Smed), Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), Comunicação (Secom) e Ordem Pública (Semop), através da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e Guarda Civil Municipal (GCM). Com auxílio da Seman, o controle da proliferação do Aedes alcançará canais, lagoas e córregos nos bairros com maior índice de infestação do mosquito.
Por meio da Secom, serão divulgadas campanhas publicitárias em mídias diversas, dentro da estratégia de controle vetorial. A Smed apoiará a implementação de conteúdo curricular e realização de ações educativas voltadas para o controle das arboviroses, colaborando ainda para as inspeções zoossanitárias em todas as unidades de ensino da rede municipal.
A SMS, Limpurb e GCM realizarão mutirões, incluindo a modalidade de “bota fora”, para recolher materiais inservíveis das residências nas comunidades com aumento do registro de focos. A Sempre, por sua vez, atuará em intervenções nos imóveis de acumuladores.
Estarão nas ruas diariamente cerca de 1 mil agentes de combate às endemias e 36 colaboradores das demais secretarias. Serão utilizados 20 veículos do modelo Doblò para logística e supervisão, seis caminhonetes para as ações de UBV Leve e mais quatro veículos do tipo para as ações de UBV Pesada.
Capacitações – Durante a operação, a Prefeitura realizará capacitações nas redes de atenção primária e de urgência e emergência para o atendimento dos casos suspeitos de arboviroses, incluindo o preenchimento das fichas de notificação compulsória. As qualificações envolverão ainda profissionais de laboratório para a coleta e encaminhamento das amostras biológicas para diagnóstico laboratorial; integração da equipe de urgência e emergência, atenção primária e rede laboratorial com os profissionais da Vigilância à Saúde, para apoiar a realização das investigações epidemiológicas.
Balanço – Na Operação Dengue 2020, a Prefeitura realizou 93 mutirões para eliminação do Aedes aegypti. Foram alcançados 161 ruas, 5.756 imóveis e 12.376 criadouros. Além disso, 1.502 toneladas de resíduos foram coletadas. Nas ações de bloqueio de transmissão, foram feitas 2.856 pulverizações de inseticida a Ultra Baixo Volume; tendo 11.471 quarteirões alcançados; 681.325 imóveis tratados com inseticida; e 2.018 litros de calda de inseticida utilizados.
Foto: Valter Pontes/Secom