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OSESP encerra temporada 2021 com obra encomendada ao compositor baiano Paulo Costa Lima

Composição do Paulo Costa Lima evoca padrões rítmicos afro-brasileiros

A Temporada 2021 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp chega à sua reta final na Sala São Paulo (SP), entre quinta-feira (09/dez) e sábado (11/dez), com a estreia mundial da obra Ojí – Chegança e Ímpeto, encomendada pela Osesp ao compositor baiano de música contemporânea Paulo Costa Lima A apresentação estará sob o comando do diretor musical e regente titular da orquestra, o suíço Thierry Fischer.

A obra Ojí: Chegança e Ímpeto se estrutura em torno da metáfora da travessia, tomando como inspiração um dito ouvido do grande musicólogo Gerard Bèhague: “E foi assim, pela ética e pela estética, que a África civilizou o Brasil”. A obra imagina essa travessia, seus primeiros momentos com os rituais da partida, sua navegação complexa, e, finalmente, a dança  candente da chegada, que resolve o atravessamento do Atlântico, mas instaura nossos próprios destinos e contradições em terra.

Segundo Paulo Lima, a obra e sua ventania foram imaginadas em diálogo com a 6a Sinfonia de Beethoven (da qual guarda uma referência). “Sua paleta de gestos reúne transformações e derivações de padrões rítmicos afro-brasileiros, variações sobre gestos melódicos que aludem à cantiga Ndemburê da tradição Angola e montagens de texturas e sintaxes que permitam o deslizamento adequado à metáfora da travessia”, observa o compositor baiano, ex-diretor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.

Diversidade musical

Diverso, o programa dessas três noites apresenta ainda as nostálgicas Danças Sinfônicas, de Sergei Rachmaninov, escritas já no fim da vida do compositor russo, quando ele morava nos Estados Unidos; o emocionante Milongón Festivo, de Astor Piazzolla – compositor argentino cujo centenário é celebrado em 2021 e que, ao longo deste ano, foi homenageado pela Osesp em várias ocasiões.

No domingo (12/dez), ainda sob a batuta de Fischer, a Osesp apresenta o mesmo repertório na Grande Sala do complexo cultural Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, em sua primeira performance fora do estado de São Paulo desde o início da pandemia.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina. Desde 2020, tem o suíço Thierry Fischer como seu diretor musical e regente titular, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira.

Thierry Fischer, diretor musical da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp

Thierry Fischer
Thierry Fischer é também Diretor Musical da Orquestra Sinfônica de Utah e Regente Convidado Honorário da Filarmônica de Nagoya. Iniciou sua carreira como Primeira Flauta da Filarmônica de Hamburgo e da Ópera de Zurique. Sua carreira como regente começou após os 30 anos, quando substituiu um colega doente e na sequência regeu alguns poucos concertos com a Orquestra de Câmara da Europa, onde era Primeira Flauta sob regência de Claudio Abbado. Já comandou orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos camerísticos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble Intercontemporain.

Paulo Costa Lima, Academia Brasileira de Música

Paulo Costa Lima

Compositor, membro da Academia Brasileira de Música, pesquisador pelo CNPq desde 2003. 

Catálogo com 120 obras e 600 performances em mais de 25 países, sendo cerca de 200 delas internacionais,  incluindo apresentações no Carnegie Hall (NY), Lincoln Center (NY), Konzerthaus (Berlim), Sala De Rode Pompe (Bélgica), Teatro Municipal do Rio, Sala Cecília Meireles, Sala São Paulo, entre outros lugares de referência. 

Publicou 9 livros e cerca de 60 artigos e capítulos e já recebeu cerca de 20 Prêmios e Comissionamentos em Composição, tendo ocupado o primeiro lugar da indicação de 85 compositores e regentes brasileiros para a Bienal de 2015 no Rio de Janeiro.

Interesses de pesquisa: Teoria e pedagogia do compor, análise motívica e construção de sentido em canções populares brasileiras, música e psicanálise, a herança musical afro-baiana. 

Mereceu verbete do New Grove Dictionary of Music and Musicians (2001).

Professor Titular de Composição da Universidade Federal da Bahia, onde exerceu as funções de Diretor da Escola de Música (1988-92), Pró-Reitor de Extensão (1996-2002) e Assessor Especial do Reitor (2014-2021), Secretário de Cultura da Cidade de Salvador (2005-2008). Membro da Academia de Letras da Bahia, e da Academia de Ciências da Bahia.

Ativista cultural tendo escrito colaborações para a Folha de São Paulo,

Terra Magazine, Jornal A Tarde, e mantido colunas radiofônicas em duas rádios de grande audiência em Salvador. Recentemente passou a atuar nas redes sociais, tendo formado um público interessante de seguidores/interlocutores.

(@paulo.costalima)


PROGRAMA

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
THIERRY RISCHER REGENTE
Paulo Costa LIMA | Ojí – Chegança e Ímpeto [Encomenda Osesp | Estreia Mundial]

Sergei RACHMANINOV | Danças Sinfônicas, Op. 45

Astor PIAZZOLLA | Milongón Festivo


SERVIÇO

09 de dezembro, quinta-feira, às 20h
10 de dezembro, sexta-feira, às 20h – Concerto Digital
11 de dezembro, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 100,00

Fotos: Divulgação

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