Pilares para o crescimento do país – II
“Governos têm um papel central para a sustentabilidade econômica, pois cabe a eles promover práticas conscientes, realizar e incentivar o consumo sustentável e alinhar a legislação a essas medidas.
O ideal é que as mudanças nos padrões de produção e consumo comecem internamente, através da adoção de ações responsáveis como a digitalização para diminuir o uso de papel e o emprego de copos retornáveis nos escritórios e locais que pertencem ao Estado.
Segundo detalha o site do Ministério do Meio Ambiente, é vital que as autoridades se engajem em iniciativas de produção e consumo sustentáveis.
Elas podem ser descritas como: “Processos de produção, serviços e consumo que priorizam a eficiência na utilização de insumos e recursos, a redução de desperdício, a minimização de riscos à saúde e ao bem estar humanos, entre outras medidas de qualidade no gerenciamento dos recursos naturais e humanos, gerando com isso efeitos econômicos e sociais positivos, além de proteger o meio ambiente para todos.”
Também é responsabilidade do governo manter a legislação atualizada, favorecendo organizações que busquem ou trabalhem pelo desenvolvimento sustentável, cobrar e aplicar sanções àquelas que prejudicam a sociedade e o meio ambiente.
Entre os mecanismos que devem ser incentivados, vale citar:
- Aumento da diversidade na matriz energética, dando preferência a fontes de energia sustentável. Por exemplo, energia solar e eólica
- Produtos verdes ou ecologicamente corretos, feitos por meio de processos de baixo impacto ambiental
- Economia circular, que aumenta o tempo de vida útil dos insumos através do reuso, transformação e reciclagem
- Bioeconomia, conceito que engloba uma série de processos e produtos baseados em recursos biológicos renováveis, a exemplo dos biocombustíveis
- Diminuição na quantidade de lixo gerado, partindo da economia circular para alcançar formatos de consumo sustentável
- Descarte correto de rejeitos e resíduos, realizado somente ao fim da vida útil desses materiais.
Sustentabilidade Econômica Nas Empresas
Sob o ponto de vista da gestão de negócios, atualmente, o tripé do desenvolvimento sustentável se aplica às companhias de todos os portes e setores.
Afinal, cada uma delas consome e realiza processos que têm efeitos sociais, ambientais e econômicos.
A harmonia entre essas três dimensões é o que confere um equilíbrio para as empresas, pois não é possível se manter e se expandir de forma saudável se alguns deles for deixado de lado.
Por muitas décadas, o aspecto financeiro, expresso pela lucratividade, era o único a guiar as decisões tomadas por aqueles que estavam à frente de um negócio.
A falta de preocupação com o ambiente e a comunidade no entorno acabou levando a impactos expressivos, como as tragédias de Mariana (2015), e Brumadinho (2019), ambas em Minas Gerais.
Além das dezenas de pessoas mortas, comunidades foram destruídas e águas como as do Rio Doce, contaminadas, comprometendo seriamente o ecossistema local e o abastecimento em cidades próximas.
Também foi por água abaixo a reputação da Vale, empresa controladora de ambas as barragens e rejeitos que se romperam, destruindo casas, empregos, vidas e recursos naturais.
Essas catástrofes dão uma ideia sobre a necessidade de que as empresas assumam posições em favor da sociedade e do meio ambiente, por exemplo:
- Eliminação de desperdícios
- Tratamento de efluentes e correta destinação de resíduos
- Adoção de práticas relacionadas à economia circular, reutilizando, consertando, adaptando e reciclando materiais usados
- Uso de itens renováveis e de menor impacto ambiental, como copos de papel, que se decompõem mais rapidamente que os de plástico
- Priorização de parceiros e fornecedores que tenham consciência ambiental e produtores locais
- Incentivo ao uso de meios de transporte alternativos, como bicicletas
- Respeito às normas de segurança e saúde do trabalho, a fim de evitar acidentes e doenças ocupacionais
- Elaboração e realização de planos de emergência para preservar a comunidade do entorno em caso de acidentes
- Incentivo à digitalização, diminuindo a quantidade de documentos impressos. Quando forem impressos, podem utilizar os dois lados das folhas
Preferência por biocombustíveis e fontes de energia renováveis.
A sustentabilidade econômica é a responsável pela saúde financeira das organizações.
Apesar da inegável importância das esferas social e ambiental, a econômica é crítica, pois uma empresa que não consiga ter lucro está fadada à falência.
O mesmo raciocínio se aplica a outras organizações e até nações.
Afinal, o equilíbrio econômico não depende do quanto é ganho, mas da forma como os gastos são gerenciados.
Nesse sentido, ações com início nas etapas de planejamento são essenciais para garantir a perenidade das organizações e das nações.
Mas a interface econômica não se restringe aos recursos financeiros.
Ela inclui a eficiência dos processos, ou seja, a capacidade de produzir mais com menos, otimizando a dinâmica de fabricação para elevar a produtividade.
Embora ainda não estejam bem difundidos, muitos mecanismos economicamente sustentáveis aumentam a eficiência e, consequentemente, a lucratividade das empresas.
O reuso de produtos, por exemplo, poupa energia, tempo de fabricação e dinheiro para a compra de um novo insumo.
Já o investimento em energias alternativas poupa as fontes esgotáveis, como o carvão mineral, petróleo e derivados, diminuindo custos a médio e longo prazo através de recursos abundantes.
Desse modo, a economia segue crescendo, mas provocando impactos menores no meio ambiente e promovendo a inclusão social através da geração de empregos, fomento a empresas locais e maior distribuição de renda.”
VAMOS SALVAR NOSSOS RIOS? “PRESERVAR A NATUREZA É PRESERVAR A VIDA”
Alderico Sena – Especialista em Gestão de Pessoas e Ex-Gerente de Fomento da CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – site: www.aldericosena.com