Professora da rede municipal de Lauro de Freitas vence prêmio nacional com projeto de valorização da cultura negra
A professora Ana Angélica de Almeida Silva Berenguer, da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas, venceu em primeiro lugar o prêmio nacional Arte na Escola Cidadã, com o projeto Raízes Africanas na Educação Infantil, desenvolvido na Creche Espaço Kids.
Além de figurar no topo da lista de 1.016 projetos selecionados em todo o país, Berenguer recebeu do Instituto Arte na Escola uma premiação em dinheiro, foi certificada junto com a creche e o projeto dela é tema de um documentário produzido pela organização.
Berenguer conta que o projeto foi executado de agosto até dezembro de 2019, ano em que foi elaborado, com o objetivo de elevar a autoestima das crianças negras já na educação infantil, com base na Lei 10.639, que determina o ensino da cultura e história afro-brasileiras.
“É importante a questão da representatividade afrocentrada na educação infantil, para sairmos desse direcionamento eurocêntrico”, observa. “Por isso, trabalhamos a valorização da estética negra para eles se verem nos personagens dos livros infantis, nos filmes,”, detalha.
Pedagoga, Berenguer informa que o projeto ainda incluiu, durante seis meses, a formação dos professores na unidade, que tem 148 crianças de 1 a 3 anos. “Para que esse aprendizado fosse multiplicado para as crianças. Esse ano, estamos fazendo uma atualização do projeto”, diz.
Titular da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a secretária Vânia Galvão parabeniza não só a professora, mas toda a equipe da creche. “Nossa rede tem muitos talentos que merecem toda valorização e reconhecimento pelo trabalho importante na educação”, afirma.
A gestora da creche, Léia Brandão, comemora a premiação da professora, que também foi estendida à unidade em forma de certificação pela prática. “O sentimento é de gratidão, de sabermos que estamos no caminho certo por uma educação de qualidade”, disse.
Analista de projetos do instituto, Thaís Rossi conta que o prêmio criado em 2000 está na 23ª edição, com o objetivo de reconhecer trabalhos desenvolvidos exclusivamente por meio da aplicação da arte (visual, música, dança) como ferramenta pedagógica.
“O prêmio surge justamente para valorizar os professores que utilizam as mais diversas aplicações da arte no ensino, pois é um tipo de conhecimento que nem sempre é obrigatório na grade curricular de algumas as faixas etárias”, explica.
Rossi antecipa que o documentário sobre o projeto de Berenguer será lançado no próximo dia 24 de novembro, em uma live no canal do YouTube do instituto. “O documentário envolve a história do projeto, da professora, inclui a escola e as crianças”, finaliza.
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