Secretário Kiki Bispo repudia declarações de humorista contra ciclistas: “Dou razão a motorista de ônibus que atropela”
O secretário de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer, Kiki Bispo repudiou veementemente as declarações do humorista Murilo Couto, que em um trecho do seu stand up, não apenas zombou dos ciclistas, como fez apologia à violência no trânsito ao dizer que ‘dá razão a motorista de ônibus que atropela os cliclistas’.
No início ele faz comentários sobre as roupas coladas usadas por quem pratica o esporte e fala a respeito das posições na bicicleta e uso um termo bastante chulo para o seu espectador. Contudo, não parou por aí.
“No caso de ciclista eu dou razão a motorista de ônibus que atropela. Sai da frente FDP, saúde o caralho, seis da manhã na faixa de carro. PQP eu tenho uma raiva quando está atrás de mim um ciclista. PQP é meu direito quando está todo mundo a 80 km/h) e você está 20 km/h… É meu direito…”, disse Couto, arrancando aplausos da plateia.
“Mas em momento algum racionalmente levou em consideração que nos últimos 10 anos, conforme a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), 14 mil ciclistas tiveram suas vidas ceifadas por motoristas de ônibus, automóveis e caminhões nas estradas, ruas e avenidas de todo o Brasil. Mortos no trânsito, em geral, somam em média mais de 50 mil pessoas por ano. Portanto, sua fala, que nem de longe pode ser classificada como humor, nem de liberdade de expressão, trata-se de um ato violento inadmissível, mais um a colaborar com um quadro desumano que merece todo meu repúdio”, lamentou Kiki Bispo.
O secretário chamou atenção ainda que seus espectadores, assim como ele (Murilo), lamentavelmente, ignoraram que em cima de uma bicicleta vai uma vida.
O gestor, cuja pasta tem o esporte como uma das atividades base, questionou ainda: “Até quando ciclistas vão morrer em vias de grandes cidades, estradas e em outros locais, atropelados?” Ele lembrou que em novembro de 2020 chamou atenção de todo país a morte da jovem cicloativista Marina Harkot e até agora nada foi feito. “E traçar os pontos, como tornar crime o incentivo ao ódio no trânsito, por exemplo, que fazem dela e de tantas outras pessoas, serem vítimas, é um caminho para a busca de soluções”, concluiu, pedindo ainda que ele seja cancelado das redes.
Foto: Vitor Santos/Sempre/Divulgação