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Trabalhista defende a reestruturação do PDT

Por José Estêvão – Administrador
Carlos Lupi não tem mais condições políticas, morais e estratégicas de continuar à frente da presidência nacional do PDT- Partido Democrático Trabalhista. Sua permanência no cargo representa um obstáculo à reconstrução do partido como força relevante, coerente e comprometida com o trabalhismo histórico. Sob sua liderança, o PDT perdeu protagonismo nacional, encolheu eleitoralmente e passou a atuar de forma desorganizada e desconectada de sua base ideológica. O que se vê hoje é um partido sem rumo, sem projeto, e cada vez mais dominado por decisões unilaterais, marcadas por interesses pessoais. Lupi transformou o PDT em uma estrutura voltada à manutenção de poder de um pequeno grupo, que busca cargos e benefícios em vez de compromissos programáticos. A aproximação com o governo federal, por exemplo, não se deu por convergência de ideias ou alinhamento de projetos, mas pela simples busca por espaços políticos — cargos para si e para seus aliados mais próximos. Essa lógica se repetiu em vários estados, onde o PDT fez alianças com setores conservadores e adversários históricos do trabalhismo, violando qualquer critério ideológico mínimo. Na Bahia, o caso foi emblemático: em 2022, o PDT se aliou ao grupo carlista, herdeiro direto de uma política oligárquica e clientelista que sempre combateu o legado de Brizola e da educação pública de qualidade. O mesmo padrão se repetiu em estados como Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde o partido apoiou candidaturas conservadoras, completamente desalinhadas com a história e o programa do PDT. Em 2022, a base histórica do trabalhismo buscou resgatar o projeto original do partido lançando três candidaturas majoritárias com forte identidade ideológica: Antônio Carlos Cortes, no Rio Grande do Sul; Ivanir dos Santos, no Rio de Janeiro — ambos pré-candidatos ao Senado —; e José Estêvão, na Bahia, como pré-candidato ao governo do estado. Essas candidaturas representavam o campo popular, negro, sindical e progressista. No entanto, Carlos Lupi interveio diretamente para inviabilizá-las. No Rio Grande do Sul, negociou com as oligarquias locais e substituiu Cortes por um nome completamente alheio ao trabalhismo. No Rio de Janeiro, retirou Ivanir dos Santos — referência do movimento negro — para impor a candidatura de Cabo Daciolo, figura conservadora e sem vínculos com o projeto histórico do partido. Na Bahia, simplesmente eliminou a candidatura de José Estêvão, em troca do apoio ao grupo carlista. É importante destacar que José Estêvão tem uma longa trajetória no movimento trabalhista, sendo um militante histórico do partido. Já integrou a executiva regional do PDT na Bahia e diretório nacional, sempre atuando em defesa da educação pública, da justiça social e da memória de Leonel Brizola. Sua exclusão do processo eleitoral de 2022 candidato ao governo do estado não foi apenas um erro político, mas um sintoma do desrespeito às lideranças legítimas que constroem o partido no dia a dia. Essas decisões escancararam o abandono do trabalhismo autêntico em nome de interesses eleitorais imediatos e alianças espúrias. A condução de Lupi afastou lideranças históricas, bloqueou a renovação de quadros e esvaziou os canais de debate interno. O PDT perdeu sua identidade porque passou a ser administrado como um feudo. Diante desse cenário, torna-se urgente uma transição democrática na direção partidária, capaz de restabelecer a coerência ideológica, abrir espaço para novas lideranças e reconectar o partido com suas bases sociais. O trabalhismo não pode continuar sendo usado como fachada para um projeto pessoal de poder.
José EstêvãoAdministrador e Filiado no PDT – graduxbrasil@yahoo.com.br

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