Um Sertão que mora em mim – critica de arte
Autor de Hermenêutica da desigualdade: uma introdução às ciências jurídicas e também sociais (Del Rey, 2019), jurista e pensador brasileiro, TAURINO ARAÚJO é crítico literário, Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais. A sua Magnum Opus é considerada uma Epistemologia genuinamente brasileira, afora o conceito de verdade absoluta, 95 anos depois da Semana de Arte Moderna (1922).
Acontece no Espaço Xisto Bahia da Biblioteca Central dos Barris a exposição gratuita “Um Sertão que mora em mim”, da artista Gil Santana, disponível para visitação de 09/09 a 30/09/2024 de segunda a sexta das 09:00 às 12:00h e 13:00 às 19:00 horas e sábado das 14:00 às 18:00h. Curadoria de Oscar D’Ambrósio.
30 obras (acrílica sobre tela e arte têxtil) retratam vivências e imaginários da artista: uma viagem a um mundo de cor, não apenas a um Sertão inóspito como normalmente costuma ser alardeado, mas um sertão generoso, abundante e forte. No mais, o soneto A riqueza dos sertões e Áfricas, de Taurino Araújo, expressa em linguagem poética a dimensão universal da pictórica de Gil Santana ao retratar os sertões das cores e ritmos que, além disso, se “entrelaçam nas ancestralidades dos mundos inteiros”, o que alça sua obra a uma significativa jornada arquetípica desde melancias e carneirinhos até o glorioso retrato de Nossa Senhora do Sertão.
A riqueza de sertões e Áfricas
Nos sertões vastos, sob o sol ardente,
O sertanejo forja sua história,
Entre o chão ressequido e a memória,
A terra é dura, mas o espírito é quente.
Por entre secas e chuvas intermitentes,
O sertão revela sua própria glória,
Em cada rocha, culinária e trajetória,
Alquimia se oculta na aridez persistente.
Lá, no horizonte árido e sem fim,
O sertanejo canta sua sina, oásis
Em terras que parecem tão distantes.
Na África, sob o calor do azul, Saara,
Culturas antigas, colares, surrupiada trama,
cores e ritmos que sempre se entrelaçam.