Deputada Ludmilla Fiscina quer aulas de capoeira no currículo das escolas públicas estaduais
Ontem (19), no dia em que a Bahia realizou aula inaugural do ano letivo de 2024, a deputada estadual Ludmilla Fiscina (PV) apresentou uma indicação na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), solicitando ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) a inclusão de aulas de capoeira no currículo oficial do Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual de educação, a ser incluídas na disciplina de educação física.
“Partindo do pressuposto de que a capoeira é uma herança cultural iniciada com os negros escravizados e que fez parte de todo o processo de construção da sociedade brasileira, ao analisar a caminhada pedagógica que envolve essa arte, que posteriormente foi reconhecida como esporte, percebe-se uma possibilidade de ampliação dos conhecimentos a partir de uma mudança de paradigma e a ampliação desse esporte a ser inserido na rede pública de educação do nosso estado”, defendeu Fiscina.
Para a deputada, que é professora, a inclusão da capoeira nas escolas estaduais corrobora com a compreensão do desenvolvimento e auxilia na psicomotricidade dos jovens estudantes, além de significar a valorização e a difusão de uma arte que veio da resistência dos povos negros no Brasil.
A parlamentar destacou na proposição o significado da capoeira como manifestação cultural afro-brasileira, que envolve elementos da dança, arte marcial, música, jogo e religiosidade, compondo a sua performance com a roda, os instrumentos musicais, o canto e os movimentos corporais, incluindo as relevantes contribuições dos seus mestres, a exemplo de Bimba e Pastinha.
“Fica claro que esta prática nas escolas é uma ferramenta importante na formação dos nossos alunos, tornando-os capazes de compreender as relações humanas e a perspectiva transversal e interdisciplinar, ampliando a visão do significado histórico-social dessa manifestação, bem como de sua ancestralidade”, defendeu a deputada.
Vale destacar que a Lei Federal 11.645/08, incluiu a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nos currículos oficiais das redes públicas de ensino, deliberando que os conteúdos referentes a esta temática sejam ministrados no currículo escolar, os quais contemplam o trato com a capoeira de maneira contextualizada, não só pela educação física, como também em diversas outras áreas do conhecimento.
Foto: Aluísio Neto (Ascom/Deputada)