Maior geomanta de Salvador beneficia quase 600 famílias
Os dias chuvosos não são mais preocupação para quase 600 famílias como a do eletricista Hilderlan Lima, de 34 anos, após instalação em quatro meses, pela Prefeitura, da maior geomanta já aplicada em Salvador: a da Rua Antônio Carvalhal, no Alto do Cabrito, região do Subúrbio Ferroviário. O equipamento foi entregue nesta segunda-feira (24), com as presenças do prefeito ACM Neto e do diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo, corpo técnico e imprensa.
Com investimento de cerca de meio milhão de reais, a encosta de mais de 3,5 mil m² de área passou a ser protegida com a técnica que utiliza material em PVC e geotêxtil, com duração de cinco anos, em média. “Aqui era complicado, em dia de chuva descia o barranco, a gente não conseguia dormir, ficava preocupado. Nas chuvas de 2015, mesmo, desceu uma barreira grande que chegou até a porta de casa. Na ocasião, eu estava trabalhando e, quando cheguei, tive que limpar a entrada da casa para entrar. Graças a Deus, agora a gente está tranquilo”, contou Lima, que vive no local com a esposa e duas filhas.
De acordo com o prefeito, não há nada que possa trazer maior preocupação para uma família do que o risco de uma terra deslizar ou escorregar em uma encosta, podendo atingir a casa onde mora. “A Prefeitura vem fazendo um investimento extraordinário nos 365 dias do ano. São mais de 300 encostas protegidas em nossa cidade, sendo que 195 delas com geomanta, beneficiando mais de 7,5 mil famílias que viviam completamente expostas. Essa foi uma solução alternativa trazida nesta gestão para dar mais segurança aos cidadãos”, destacou ACM Neto.
O chefe do Executivo municipal lembrou, ainda, o investimento municipal em outras ações preventivas e novas tecnologias. Dentre elas estão as 11 sirenes do Sistema de Alerta e Alarme, com dez ativações; as duas estações meteorológicas e outras duas hidrológicas; e os simulados de evacuação, com atividades adaptadas aos protocolos de segurança contra o coronavírus.
“Se essa chuva que caiu em 2020 tivesse acontecido na Salvador do passado, teria acontecido uma tragédia sem precedentes. No entanto, ainda existem muitas áreas de risco e, por isso, não é possível dizer que a cidade está totalmente imune a desastres. É preciso que os governos que se sucedam mantenham esse compromisso que foi mantido ao longo dos últimos oito anos para oferecer soluções de proteção para quem vive próximo a encostas”, completou o prefeito.
Volume histórico – De acordo com o diretor da Codesal, durante o período da Operação Chuva 2020, de abril a junho, foi registrado o maior volume de chuvas dos últimos 36 anos. Mesmo com a pandemia de Covid-19, foram realizadas, neste período, 10.055 vistorias: em 2017 foram 4 mil; em 2018 foram 6,5 mil; e, em 2019, 7,7 mil vistorias efetuadas.
“Além dos investimentos em tecnologia, também contribuem para que a cidade não tenha registrado maiores tragédias o envolvimento dos profissionais da Codesal e a capacitação dos moradores das áreas de risco, com formação dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nupdecs) e o Programa Defesa Civil nas Escolas (PDCE). Isso tudo para que o poder público e a população, juntos, possam avançar para um novo estágio de segurança na capital”, finalizou Sosthenes Macêdo.
Foto: Max Haack/Secom