O racismo motiva uma série de tragédias que se repetem em nosso país, diz Ireuda Silva em artigo
Em novo artigo publicado em sua coluna mensal no “Nexo Jornal”, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), questiona até que ponto a realidade dos negros no Brasil mudou desde a assinatura da Lei Áurea, em 1888. A republicana aponta que ainda existe uma desigualdade colossal como resultado do racismo estrutural.
“É salutar reconhecer que há motivação racial por trás de uma série de tragédias que se repetem diuturnamente em nosso país. Uma delas é o extermínio de jovens negros e pobres. De acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dos 650 mortos pela Polícia Militar da Bahia em 2019, 97% eram negros. ‘Vidas negras importam’ foi uma das frases mais compartilhadas nos últimos meses, e a resposta está em números como esses, que revelam a face mais hedionda e sanguinária do racismo”, diz ela no texto.
Ainda no artigo, Ireuda diz que a hipocrisia e a negação do racismo prejudicam a luta contra ele. “Quase todo mundo acha que o preconceito está no outro, mas quase nunca em si. Adepta ao discurso de que ‘todo mundo é igual’, a maioria de nós tem sido madura o suficiente para admitir que o racismo é perverso, mas não madura o bastante para se achar capaz de cometer perversidades. E o maior problema da negação do racismo em si próprio é que isso se torna um entrave na luta contra ele”, pontua.