Agricultura familiar conquista espaço em mercado competitivo de iogurtes
A agricultura familiar baiana está inserida no competitivo mercado de lácteos e tem mostrado seu diferencial com o desenvolvimento de iogurtes com matérias-primas locais e regionais, gerando emprego e renda para os agricultores e agricultoras da Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região (Coopag), localizada em Várzea Nova. Em 2020, a cooperativa registrou um faturamento de R$ 1,3 milhão.
A Coopag conta com o apoio do Governo do Estado e possui uma linha de produtos laticínios tradicionais, como queijo, manteiga e bebida láctea, mas se destaca na produção de iogurtes, com sabores oriundos dos biomas baianos. São 250 associados, responsáveis pela produção e beneficiamento de 15 mil litros de leite por dia e 100 mil litros de iogurte por mês. Além de Várzea Nova, a cooperativa possui cooperados nos municípios de Tapiramutá, Miguel Calmon, Jacobina, Piritiba, Ourolândia e Morro do Chapéu.
Como diferencial para competir com as grandes marcas, a Coopag lança um produto novo por ano. Em 2016, foi lançado o iogurte de umbu; em 2017, o de licuri; em 2018, o de café; e em 2019, o de abacaxi. O catálogo de sabores dos iogurtes inclui também morango, ameixa, coco e salada de frutas. Em 2020, a Coopag lançou as bebidas lácteas nos sabores morango e ameixa, em embalagem de 900 ml.
Para este ano de 2021, está em estudo a produção e o lançamento no mercado do iogurte de maracujá da Caatinga ou maracujá-do-mato – uma fruta nativa do Semiárido nordestino.
Os sabores exóticos dos iogurtes fabricados pela Coopag são resultado de parcerias com outros empreendimentos da agricultura familiar. O café é produzido pela Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do Choça e Região, localizada no Sudoeste baiano; o licuri, fruto extrativista, é colhido por associações de agricultores dos municípios de Caldeirão Grande, Campo Formoso, Itiúba e de grupo de Serrolândia; o umbu, fruta nativa da Caatinga, é de Várzea Nova; e o abacaxi, de Umburanas.
Para o vice-presidente da Coopag, Fred Jordão, é preciso inovar sempre: “Nosso perfil é o de não estar satisfeito com o que a gente tem e faz. É uma insatisfação, no sentido de perceber a necessidade de fazer diferente, de surpreender a clientela. Apesar de ser uma cooperativa do interior da Bahia, temos a capacidade de colocar nossos produtos para concorrer até com multinacionais. Nós temos peculiaridades e produtos regionais que as grandes marcas não têm. Tudo isso nos fortalece na questão da comercialização”.
O policial civil de Salvador, Saulo Martins, não deixa faltar os produtos da cooperativa na mesa: “Consumo os iogurtes e a manteiga. Já recomendei os produtos para vários estabelecimentos do meu bairro, que ficaram muito interessados. É um produto de muita qualidade. Gosto de todos os sabores dos iogurtes e toda semana tem na mesa da minha casa. Eu, minha mulher e meus quatro filhos somos consumidores fiéis. Faz a diferença consumir um produto da agricultura familiar. Ajuda os produtores e nós consumimos um produto mais saudável”.
Por meio do projeto Bahia Produtiva, o Governo do Estado está investindo R$ 3 milhões na Coopag, em ações como assistência gerencial e técnica para os produtores e produtoras. Com os recursos, foi possível expandir e estruturar a agroindústria, implantar uma queijaria, aumentar a oferta de produtos para a alimentação escolar, como a manteiga e o queijo, e avançar na comercialização.
O Bahia Produtiva é um projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), cofinanciado pelo Banco Mundial.