Lançamento das pré-candidaturas de Daniela Borges e Christiane Gurgel às eleições da OAB-BA reúne mais de 500 pessoas
Mais de 500 advogadas e advogados se reuniram no Clube Espanhol, em Salvador, na noite de quinta-feira (16), para o lançamento do Movimento União Pela Advocacia, que confirmou as pré-candidaturas de Daniela Borges e Christiane Gurgel a presidente vice-presidente da OAB da Bahia. É a primeira vez, em 89 anos da seccional baiana, que duas mulheres vão disputar os cargos da linha de frente da entidade.
Durante o evento, que também foi transmitido online, Daniela Borges reiterou que integra um projeto no qual acredita e que está empenhada na luta por uma advocacia mais inclusiva, fortalecida e respeitada. “Não ficaria sentada, fazendo parte de um projeto no qual não acredito. E eu acredito nesse projeto, pois temos o discurso e temos a prática”, destacou.
Daniela detalhou o projeto em prol de uma causa que envolve um olhar atento aos principais desafios da advocacia. “O que nos reúne é um propósito de movimento de união pela advocacia. União de histórias, de forças e, sobretudo, de compromissos, para fazer mais e melhor, a partir dos nossos valores”.
No lastro dos principais desafios apontados por Daniela, além da retomada da advocacia, após as dificuldades impostas pela pandemia, estão a defesa das prerrogativas e o enfrentamento à crise do Poder Judiciário, que mantém as portas fechadas para advogadas e advogados e, por consequência, para a sociedade. “O que advogadas e advogados desejam, acima de tudo, é viver dignamente de sua profissão. E esse deve ser o papel central da OAB”.
A pré-candidata, que preside a Comissão Nacional da Mulher Advogada, lembrou a conquista da paridade de gênero e também da política de cotas raciais, que passam a valer nas eleições da OAB a partir deste ano. “A representatividade não pode vir apenas na perspectiva de gênero. As cotas raciais configuram um outro avanço importante nesse processo”.
Lealdade
Diversas lideranças da advocacia também discursaram durante o evento. A tônica das falas foi de um processo de construção em que projetos maiores, em favor da advocacia, devem estar sempre à frente de interesses individuais. As advogadas e os advogados também reiteraram que esse processo envolve também um valor considerado indispensável para a formação de alianças, que é a lealdade.
O vice-presidente do Conselho Federal da OAB, Luiz Viana, disse que a advocacia precisa enxergar “fora das bolhas” de ódio. “Nós não vivemos em bolhas que só se dedicam a odiar. O que precisamos é fazer além, para estarmos mais fortes para os enfrentamentos necessários, sempre lembrando que lealdade anda de mãos dadas com gratidão”.
O presidente da OAB da Bahia, Fabrício Castro, afirmou que o encontro da noite representava a busca pela concretização de um sonho, que é ver a advocacia forte e valorizada. “Temos aqui o resultado natural dessa unidade da advocacia. Uma união que decorre de um propósito, em favor de uma OAB independente e que defenda advogadas e advogados”.
O presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, Antônio Menezes, reforçou a construção desse processo de união, que aproximou dois grupos que, até então, estavam em lados opostos. “Sempre disputamos com respeito e diálogo, mas agora entendemos que é o momento de união, que se dá em torno de princípios e propostas. Precisamos, sim, debater as questões que estamos debatendo, sobre questões de gênero, raciais, além de aspectos institucionais, como as eleições diretas para o Conselho Federal. Precisamos democratizar nossa instituição”, apontou.
A pré-candidata a vice-presidente Christiane Gurgel reiterou o movimento por uma advocacia mais inclusiva, valorizada e unida. “A advocacia por si só inspira coragem. Nossa bandeira primeira é a da liberdade”, afirmou.
Christianne destacou o marco histórico que vive a instituição com as pré-candidaturas lançadas oficialmente na noite desta quinta. “Carregamos no nosso corpo e na nossa alma a experiência de uma profissão que lida com bens materiais e imateriais. Lidamos com vidas, em uma atividade considerada essencial à administração da Justiça e indispensável ao Estado Democrático de Direito”.
Para superar os desafios, a advogada reforçou a necessidade de uma construção coletiva. “Esse é o compromisso que tenho com o que estou abraçando, a partir do desafio que vocês estão nos confiando, de tornar a advocacia uma profissão mais digna e fortalecida”, concluiu.