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Prefeitura cria estratégias para controle da leptospirose durante isolamento

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), tem criado estratégias para manter as ações de prevenção e controle da leptospirose nos diversos bairros de Salvador, mesmo durante o isolamento social. O órgão tem dado prioridade a dois pilares: ao bloqueio de casos e à desratização em córregos e ruas que apresentam problemas com saneamento.

O bloqueio de casos ocorre a partir das notificações feitas pelas unidades de saúde do Município. Os agentes do CCZ verificam o endereço residencial do paciente na ficha médica e vão ao local de possível contaminação da pessoa para uma inspeção. Após a observação do local, se for encontrado indício de roedores, a equipe identifica a espécie do roedor e inicia a desratização.

O raticida é colocado nos ambientes com infestação durante três ciclos, cada um com três ações. Para se certificar de que o tratamento foi eficaz, as equipes realizam um levantamento inicial de Índice de Infestação de Roedores e outro final, após o término dos ciclos.

“Nesses meses de intensificação das chuvas precisamos ainda mais da ajuda da população para evitar a infestação de roedores e a contaminação. É preciso armazenar corretamente o lixo, recolhê-lo com frequência e colocar na rua principal no horário que o caminhão da Limpurb passa.” A recomendação é de Cristiane Yuki, chefe do Setor de Vigilância e Controle das Zoonoses Transmitidas por Animais Sinantrópicos.

A gestora alerta ainda que os cidadãos que criam animais de estimação em quintal ou varanda devem ter o cuidado de manter o ambiente limpo, sem acúmulo de sujeira e de alimentos. “A proliferação dos ratos ocorrem em função do lixo e da falta de saneamento”, conclui.

Casos – Em 2020, a SMS registrou 27 casos de leptospirose e não houve mortes. Em 2019, foram computados 146 casos com dez mortes. Os sintomas da doença são febre e dor no corpo, principalmente na panturrilha. Nos casos mais avançados, é comum a icterícia (pigmentação amarela ou verde na pele e olhos).

“O ideal é evitar contato com alagamentos e água da chuva, mas se a pessoa já teve o contato e começou a apresentar os sintomas deve procurar a unidade de saúde mais próxima e, durante a consulta, lembrar-se de informar ao médico sobre esse contato, pois isso vai facilitar o diagnóstico”, explica Cristiane. O tratamento é feito com hidratação, uso de antibióticos e de medicamentos para aliviar os sintomas.

Contaminação – A leptospirose é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria do gênero leptospira. Os roedores atuam como principal reservatório da doença, pois abrigam a leptospira nos rins, eliminando-as vivas no meio ambiente quando urinam. Uma das principais formas de infecção é pelo contato com água e lama contaminadas. A penetração da bactéria ocorre pela pele lesada, mucosas da boca, narinas e olhos, podendo ocorrer pela pele íntegra quando fica imersa na água por muito tempo.

Foto: Bruno Concha/Secom

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