Onda de calor pode ocasionar piora de doenças respiratórias; pneumologista lista cuidados
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para a chegada de uma onda de calor em praticamente todo o Brasil ao longo desta semana. Há previsão de que 16 estados e mais o Distrito Federal sejam afetados nesta semana que marca o fim do inverno.
O aviso meteorológico especial de nível laranja, que indica perigo, foi emitido na segunda-feira (18), sendo válido até o domingo (24). Na classificação, o alerta significa “situação meteorológica perigosa” e é emitido quando as temperaturas ficam acima da média histórica (climatologia) para a região por períodos de três a cinco dias consecutivos.
Cuidados
Embora o Centro-Oeste deva ser a região mais afetada neste período, a pneumologista Dra. Larissa Voss indica que com o cenário de calor e de baixa umidade do ar, pode haver uma piora dos sintomas de problemas respiratórios. Isso ocorre porque o tempo seco aumenta as ocorrências de pneumonia, demais infecções respiratórias, as crises de asma, rinite, bronquiolite nas crianças e as viroses.
“A condição do tempo seco tira a umidade das vias respiratórias. Como essas regiões ficam desidratadas, perdem a função de proteção. Com isso, o nariz, que é a nossa primeira defesa na via aérea, fica mais seco”, explica.
De modo geral, as ondas de calor não devem ser tão sentidas em Salvador, em função de haver bastante umidade, por se tratar de uma região litorânea. “Temos uma condição peculiar do clima e em toda região litorânea do Brasil, onde temos bastante umidade, onde a diferença de temperatura não é tão alta, então sofremos muito menos com a questão da variação térmica, o que não acontece no interior do Estado e no interior do Brasil, de modo geral. Então, aqui em Salvador, esse impacto da onda de calor deve ser relativamente baixo, além do calorão que certamente vamos passar”, indica.
No entanto, mesmo diante deste quadro, é necessário adotar alguns cuidados, a exemplo do aumento da hidratação e evitar a realização de atividades físicas em ambientes abertos, principalmente no período entre 10h e 16h, onde existe uma maior concentração de poluentes e uma maior incidência de raios solares. “Além disso, é super importante fazer lavagem nasal com soro fisiológico para hidratar as narinas”, recomenda.
A recomendação da especialista é ainda mais importante para as pessoas que estão no interior do Estado. “É importante que essas pessoas tenham maiores cuidados com relação à isso, utilizando umidificadores de ambientes. Aqui em Salvador, frequentemente, recebo pacientes perguntando se é necessário umidificar o ambiente, e é importante ressaltar que aqui na cidade não temos problemas de umidade, e o umidificar pode, inclusive, precipitar o aparecimento de mofo, e pacientes com rinite, asma, podem piorar. Então, aqui em Salvador, na região litorânea, não é necessário. Mas, nas regiões mais afastadas do litoral, se deve usar os umidificadores”, aponta.
Também é recomendado evitar o uso do ar-condicionado por um longo período. “Ele pode ressecar as vias aéreas e piorar a rinite. Sei que é inevitável, diante do calorão, mas é importante tomar bastante cuidado”.
A atenção também deve ser maior entre as pessoas que já possuem problemas respiratórios como asma ou rinite. “É manter sua doença controlada, porque isso vai evitar a piora de sintomas”.
Quem também deve ter o cuidado redobrado, são as crianças e idosos, pois estão mais suscetíveis, uma vez que os mecanismos de defesa são mais frágeis. “Quando o ar está muito seco, desidratamos pela respiração. O idoso tem facilidade para desidratar e dificuldade de repor a água perdida”, alerta.