ALBA relança edição de livro sobre a história da República na Bahia
PRESIDENTE ADOLFO MENEZES DIZ QUE É “UMA HONRA SER PRESIDENTE NO RELANÇAMENTO DE TÃO IMPORTANTE OBRA”
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Adolfo Menezes lançou, na manhã desta segunda-feira (23.05), a terceira edição do livro “Bahia de Todos os Fatos – Cenas da Vida Republicana, 1989-1991”. O evento, realizado no Saguão Nestor Duarte, com as presenças dos senadores Angelo Coronel e Otto Alencar – idealizador do projeto, em 1997 – e da deputada Ivana Bastos (PSD), que trabalhou para o lançamento desta nova edição.
Adolfo Menezes lembrou que o Legislativo já lançou cerca de 350 livros através do programa ALBA Cultural. Apesar do rico acervo de publicações, editadas por diferentes presidentes da Casa, ele afirma que o “Bahia de Todos os Fatos” é o que teve maior procura.
“É uma obra que, com toda certeza, continuará fazendo sucesso porque ela retrata de forma leve e clara os principais fatos da República na Bahia, com os diversos personagens deste período. Então, para mim, é uma honra estar na presidência da ALBA no lançamento da terceira edição deste livro”, afirmou Adolfo, já prevendo uma futura quarta edição – atualizada – da obra.
Também prestigiaram o lançamento o presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Geraldo Jr. (MDB); o secretário estadual Infraestrutura, Marcus Cavalcanti; o conselheiro do Tribunal de Contas do Município, Nelson Pelegrino; o deputado federal Otto Alencar Filho (PSD); os deputados estaduais Rosemberg Pinto (PT), Osni Cardoso (PT) e Eduardo Alencar (PSD); além de prefeitos, representantes da Polícia Militar, entre outras autoridades.
Foi Otto Alencar, à época presidente da ALBA, quem montou, em 1997, uma equipe formada por historiadores e outros especialistas para o lançamento dessa obra considerada única na historiografia da Bahia. Durante dez meses, os pesquisadores se debruçaram sobre reportagens de jornais da época e outras fontes, decidindo em meio às milhares de notícias, aquelas que mereciam ser destacadas na publicação.
Primeira a discursar no evento, Ivana Bastos destacou a importância da história para compreender o momento presente. “Nossa história é construída por memórias, vivências e fatos do nosso passado que estamos tentando entender para projetarmos nosso futuro”, afirmou a deputada. Ela contou que, ao saber que só existia um exemplar tombado na Biblioteca do Legislativo, procurou o diretor de Comunicação do Legislativo, Paulo Bina, e o então presidente da Assembleia, deputado Nelson Leal (PP), para que a Assembleia reeditasse a obra através do programa ALBA Cultural.
Otto Alencar também pontuou em sua fala que a história tem muito a ensinar a todos. “Sempre gostei muito de história. E lendo sobre a história do Brasil, desde a Colônia, passando pelo Império, até a República, você aprende muito, sobretudo a não cometer os mesmos erros do passado”, afirmou.
O senador baiano contou que o projeto foi inspirado no livro do escritor, antropólogo e político Darcy Ribeiro chamado “Aos trancos e barrancos – como o Brasil deu no que deu”. Otto contou que, a partir desta obra, chamou historiadores, capitaneados pelo diretor parlamentar Geraldo Mascarenhas, e começaram a pesquisar na própria biblioteca da Assembleia Legislativa os 102 primeiros anos da República na Bahia.
Segundo Otto, o livro contribuiu muito para que ele conhecesse fatos e personagens desse importante período no Estado. “Embora seja da Chapada Diamantina, por exemplo, conhecia muito pouco da história do Coronel Horácio de Matos, que ganhou todas as lutas que participou, embora por incrível que pareça não tenha provocado nenhuma delas”, contou ele.
Otto Alencar citou outros fatos marcantes da história do estado e que estão registradas no “Bahia de Todos os Fatos – Cenas da Vida Republicana, 1989-1991”, como a morte de Antônio Conselheiro e a queda de Canudos, além da terrível seca que ocorreu no estado logo após esse episódio. “Entre 1897 e1906 tivemos uma seca, que talvez tenha sido a mais longa estiagem aqui no Nordeste e na Bahia. E os sertanejos atribuíam a seca ao castigo que Deus deu porque o Exército matou Antônio Conselheiro”, recordou.
Fotos: Sandra Travassos/ALBA