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Audiência da ALBa debate deterioração da saúde mental na Pandemia

Desassistência, subfinanciamento e invisibilidade também foram destacados 
  

Pouco mais de um ano de pandemia de COVID-19, como está a saúde mental da população? Esse foi o questionamento norteador da Audiência Pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa da Bahia, intitulada “Efeitos da Pandemia na Saúde Mental”. No encontro, ocorrido de forma remota, a deputada estadual Fabíola Mansur, que é presidente do colegiado, destacou a necessidade de se vencer o preconceito. Saúde mental é um problema de saúde pública que precisa ser visibilizado, debatido e acolhido pelos governos, pelos profissionais e pelas pessoas. Precisamos reconhecer que temos um problema de desassistência, subfinanciamento e invisibilidade da saúde mental. Precisamos de ações práticas de como vamos evoluir e vencer juntos esses desafios. Essa é a motivação da nossa audiência Pública”, explica Fabíola.

Com formação médica, a deputada Fabíola comentou ainda sobre um projeto de indicação que fez ao governador Rui Costa para a implementação na Bahia, de modo transitório e para fins específicos de atuação em razão do COVID-19, uma Central de Telemedicina 24 horas para realização de teleconsultas, teleorientação e telemonitoramento.  “A Telemedicina é fundamental nesse grave momento como uma alternativa para a população que enfrenta uma situação desconhecida e com possibilidades de colapso no sistema de saúde por superlotação das emergências. Seria também um importante aliado para tratar a saúde mental remotamente”, finaliza Fabíola.


Além de diversos deputados e palestrantes, a Audiência contou ainda com representantes da Defensora Pública da Bahia; da Associação Psiquiátrica da Bahia Psiquiatra e Psicogeriatria (ABP/AMB ); EBMSP e UNIFACS; Centro de Valorização da Vida Polícia Militar da Bahia; Conselho de Fisioterapia Ocupacional; UFBA; Associação de Apoio a familiares, Amigos e Pessoas com Transtornos Mentais da Bahia; Conselho de Psicologia da Bahia; Corpo de Bombeiros da Bahia; Conselho de Enfermagem da Bahia Mestrado em Saúde Coletiva da UFBA; Conselho Serviço Social; ABAPS; AMEA / PAPO DE MULHERES; Grupo Beija-flor; SJDHDS; Ministério Público da Bahia.
 

Professor Titular de Psiquiatria da UFMG, Humberto Correa chamou a atenção para os três ingredientes desencadeadores de problemas de saúde mental: isolamento social; excesso de informações instantâneas com fake news; e crise econômica. “No mundo as taxas de suicídio caíram nas ultimas duas décadas, mas no brasil aumentaram. Se em épocas normais as nossas taxas de suicídio aumentaram 35% nos últimos anos, o que esperar nos próximos 5 anos?”. 10% do custo global das doenças no brasil se refere a adoecimento mental e o investimento é menor do que 2,5% do que é gasto em saúde, o que leva a uma carência grande no atendimento. E tem mais: 30% dos pacientes de Covid terão problemas psíquicos”, alerta Correa.

 
A Dra. Soraya Carvalho – Coordenadora do Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio – NEPS, da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia – SESAB, caracterizou o que ela chamou de os 3 “DS” do suicídio: Desamparo, Desespero e Desesperança, fazendo um alerta para o surgimento e agravamento dos casos de saúde mental na Pandemia. “Se a pessoa está passando por um grande sofrimento psíquico momentâneo ela precisa de acolhimento. A deputada Fabíola fez uma importante indicação solicitando ao governo do estado que transforme o “NEPS em um Centro Estadual de Prevenção do Suicídio. Se aprovado será um passo importante, uma vez que a ação pioneira do NEPS já é uma referência na prevenção do suicídio no Brasil”, destaca a Dra.  

Em sua fala, a Diretora de Gestão do Cuidado – DGC/SESAB, Liliane Mascarenhas destacou que é preciso avançar muito ainda, e que esse avanço tem que ser integrado. “É fundamental incluir nesse debate o Conselho de Secretários Municipais. Fazer acontecer a saúde não é só papel do Estado. Muito do que falamos aqui é execução direta do município, e precisamos que eles compreendam que cuidado é esse e conheçam de fato quem é essa população que necessita de assistência especializada e acolhimento”, comentou.

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