“Bala sempre encontra o corpo negro”, diz Valmir sobre mortes de mulheres no Curuzu durante ação policial
O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) usou as suas redes sociais para criticar a atuação policial que resultou na morte de duas mulheres no bairro do Curuzu, em Salvador, na madrugada do último sábado (5). Maria Célia de Santana e Viviane Soares foram mortas na porta de suas casas após serem alvejadas. “A bala sempre encontra o corpo negro. Manifesto minha solidariedade irrestrita às famílias e preciso também externar minha indignação e inconformidade com o fato de que nós negros temos que viver dia e noite com medo de uma agressão verbal, psicológica ou física nesses extremos cada vez mais comuns que nos levam à morte”, declara Valmir.
Para o parlamentar petista, é preciso encontrar e punir os responsáveis pelo crime e mudar a mentalidade da polícia. “Caso contrário, teremos todos os dias mais Marias e Vivianes morrendo na porta de suas casas. O que leva um policial a jamais apertar o gatilho no Horto Florestal, no Caminho das Árvores e, ao mesmo tempo, não ter dúvidas em fazer disparos na Liberdade, em Pernambués ou Cajazeiras. É isso que está errado! Esse racismo construído ao longo de séculos, que torna natural transformar o bairro que os negros e negras moram em locais de violência e os bairros onde estão a elite em redomas blindadas”, completa Assunção.
Ainda em texto publicado em redes, o político explica e aponta casos que exemplifica o que considerou como “absurdo” e o “quão generalizado é a atuação racista no Brasil”. Valmir diz que durante essa semana, a Polícia Federal foi recebida a tiros ao efetuar uma prisão na casa de um milionário no Amazonas. “Resultado, o suspeito preso e ninguém ferido, se tivesse ocorrido na favela, quantos corpos negros contaríamos no chão? Como deputado, acompanharei de perto esse caso de Salvador para que os responsáveis sejam punidos, ao mesmo tempo que cobro mudanças na formação dos policiais e no padrão das ações nas comunidades do nosso Estado”.