Estudantes da rede municipal lotam cinema para assistir documentário sobre história de Lauro de Freitas
Conhecer a história dos 414 anos de Lauro de Freitas e dos 60 anos de emancipação da cidade maximizada na tela do cinema. Esta foi a experiência que 150 estudantes da rede municipal de ensino tiveram, nesta quarta-feira (03), no Parque Shopping Bahia, ao assistirem o documentário Lauro de Freitas 60 anos. Produzido pela Prefeitura Municipal, o roteiro do filme com duração de 30 minutos se desdobra por temas que abordam quilombos e engenhos, chegadas dos portugueses, emancipação política, desenvolvimento econômico-social, entre outros.
Dois personagens do documentário, que transitam entre o passado e o presente de Lauro de Freitas, marcaram a imaginação dos espectadores. Um deles, o historiador Gildásio Freitas, que construiu uma linha do tempo da época dos povos originários, os indígenas, até o desenvolvimento da cidade pós emancipação. Desbravador da evolução municipal no filme, o estudante Luís Henrique Leal percorreu lugares da cidade, equipamentos, além de ouvir depoimentos de outros personagens que através de suas vidas contam a história do município.
Até se emancipar como município de Lauro de Freitas, em 1962, a cidade era uma terra chamada de Ipitanga, pelos povos originários, e após a chegada dos portugueses passou a ser freguesia Santo Amaro de Ipitanga, no final do século XVI.
Presente na primeira exibição do documentário, que segue em cartaz no Cinépolis do shopping até esta sexta-feira (05) com sessões especiais para os estudantes da rede, a prefeita Moema Gramacho se emocionou com o que viu. “O documentário faz um resgate da história do município desde a sua origem, mas com foco na sua emancipação, que completou 60 anos, no dia 31 de julho deste ano. Retrata as lutas, assim como o desenvolvimento social, o trabalho voltado à educação, à saúde, cultura e infraestrutura. Os estudantes tiveram a oportunidade de ver o quanto a cidade, que é jovem ainda, cresceu para garantir melhores condições a população”, comentou Moema.
A frente da equipe de projetos especiais que organizou a produção do documentário, a superintendente de Comunicação da Prefeitura, Mara Campos, destacou o desafio de resumir uma história municipal tão abrangente. “O roteiro foi construído a partir de dois pontos: primeiro, temos uma criança com características do território que busca conhecer o seu município; e o professor Gildásio com sua capacidade de síntese da história e o seu conhecimento fabuloso, com base em pesquisas, sobre a cidade”, pontuou.
No documentário, também é possível conhecer a participação das manifestações culturais na evolução da história municipal, bem como as baianas no contexto da ancestralidade negra e até mesmo a cena do hip-hop que mobiliza a juventude através da arte musical. Para o estudante Ruan Caio, da Escola Barro Duro, as cenas da capoeira que permeia os mais os mais de 400 anos foi o que mais chamou a sua atenção. “Eu gostei de tudo. Comi pipoca com refrigerante, tirei foto, e ainda pude aprender sobre a história da cidade em que vivo”, disse.
Já na opinião de Alana Pereira, da Escola Santa Júlia, o que surpreendeu foi o quanto a cidade evolui rápido. “Deu para perceber muitas diferenças de como as pessoas eram antes e como estamos agora. A minha avó mesmo conta que aqui em Lauro de Freitas era tudo mato, mas hoje temos muitas coisas. Para mim, Lauro de Freitas é a melhor cidade da Bahia”, defendeu a pequena moradora de Itinga. Todos os estudantes que assistiram o documentário farão uma atividade extracurricular em suas escolas.
As transformações observadas pela estudante Alana refletem, atualmente, nos mais de 200 mil habitantes, sendo 80% de negros. Como retratado no filme, entre tradições e modernidades, Lauro de Freitas evoluiu significativamente nos últimos 60 anos. São mais de 80 unidades educacionais, equipamentos de saúde que tratam casos de média e alta complexidade, abastecimento garantido para os próximos 30 anos, além de marcos no desenvolvimento social como a chegada de mais de 10 mil unidades habitacionais, de equipamentos de segurança alimentar e outros.
A Estrada do Coco e a estação de Metrô na entrada da cidade são outros pontos que demarcam, na mobilidade urbana, o crescimento municipal. O documentário, que ainda apresenta outros dados, aponta que o desenvolvimento de Lauro de Freitas se expande na perspectiva da inovação tecnológica. A presença de startups na cidade, assim como a distribuição de mais de 20 mil tablets pela Prefeitura na sua rede de ensino e a determinação da Lei de Inovação são exemplos disso.
Como destaca Claudio Sampaio, professor da rede municipal que também assistiu o documentário, seria necessário uma novela para falar da história de Lauro de Freitas. “Acabamos de ver um registro emocionante de memórias da cidade. Esta é uma atividade que reforça na educação a identidade de pertencimento. Se formos analisar, podemos dizer que apenas 20% dos nossos estudantes têm acesso ao cinema e ao shopping. Então trazê-los aqui é de uma grandeza do ponto de vista da inclusão social”, disse.
Pela primeira vez no cinema, a aluna do 6º ano na Escola Municipal do Barro Duro, Liriel Honórios, 17 anos, portadora da Síndrome de Down, diz ter adorado o filme. “Principalmente da parte das praias”, comentou, acompanhada da cuidadora Grazielen Pereira, que não desgrudava dela. O documentário deve ser visto ainda por estudantes das escolas municipais Edvaldo Boaventura, Miguel Arraes, 2 de Julho e Solange Coelho. No total, 450 crianças e adolescentes serão contemplados com a atividade.
Texto: Laerte Santana
Foto: Lucas Lins