Geração prejudicada, formação de valores para a nova geração é preciso
Todos os indivíduos que vivem em uma sociedade, têm direito a “ter obrigações”!
Já se vai o tempo em que existia um respeito natural entre os indivíduos, aqueles que convivem em uma mesma sociedade, com um mesmo objetivo, construir a base de gerações futuras, mas uma base com referência em princípios milenares e universais, principalmente, o respeito ao próximo. Mas isso é passado…
O que vemos hoje são indivíduos que não desviam o olhar de uma linha reta, em que não lhes interessa as consequências de seus atos, em quem poderá resvalar os resquícios desses atos. Os indivíduos do século 21 têm como base de valores morais e princípios de vida, o seu único interesse, ou seja, alcançar os seus objetivos, do modo mais rápido com o menor esforço.
Tal desvirtuamento de caráter, pois não podemos definir de outra forma, senão esta, pois trata-se de uma mutação fundamental dos valores sociais, é sinalizado, em grande parte, como fruto de um Estado ausente de seus deveres, quais sejam, a aplicabilidade das sanções aos desvirtuamentos das condutas legais, definidas por normas eleitas pelos seus cidadãos. Ficou casual a imagem de “nobres” representantes da cidadania brasileira, usurparem da confiança dos cidadãos, manobrando por ações imorais e ilegais, para o aumento dos seus patrimônios, enquanto, que, a melhoria da sociedade, o atendimento de suas necessidades básicas, fica mais distante e acaba virando uma utopia.
Para disfarçar este engodo, o Estado usa políticas de assistencialismo, que momentaneamente atendem ao propósito, mas que no futuro, não lastreiam qualquer base concreta do crescimento cultural da sociedade.
Somado a isto, a falta de referência daqueles que deveriam nortear o exemplo das novas gerações, vemos, de modo cada vez mais reiterado, a mídia, esta sim, focando imagens, única e exclusivamente, de desgraça e criminalidade, como se formatassem uma espécie de lavagem cerebral, como se já não bastasse as dificuldades do dia a dia.
Com todas essas ferramentas alimentando a formação da nova geração, estes pleiteiam o direito de conquistas pessoais, cada vez mais rápidas, sem esforço e, sem respeito ao próximo.
As salas de aula, outrora, os templos do conhecimento, hoje, aos olhos da nova geração, não passam de meros espaços físicos de exibição de desrespeito ao próximo, de gasto de tempo com futilidades, de locais de exibição de dotes físicos, de exibição de aparelhos tecnológicos e, por fim, de uma forma de relação puramente consumerista, em que, como contrapartida ao pagamento de mensalidades “populares”, devem receber, de modo “fácil”, um “canudo”, sem valor cognitivo, vazio de conteúdo, mas cheio de objetivos fúteis e desorientados.
Imaginemos que valores esta nova geração vai transmitir aos seus filhos, se eles mesmos, não têm qualquer referência de respeito ao próximo, pois seus pais e responsáveis caíram em uma lacuna temporal, não sabendo lidar com seus próprios filhos, por que, em algum momento, eles mesmos acharam que os seus filhos não precisariam olhar para o lado, para alcançar os objetivos pretendidos, ainda que vazios estes fossem.
Não precisamos nem muito esforço, para exemplificar no cotidiano, estas condutas desviadas da moral e princípios fundamentais: o desrespeito dos motoristas pelos pedestres, pelas leis de trânsito, pelo limite das faixas de estacionamento; o desrespeito dos vizinhos aos horários de descanso, às áreas comuns; em público, as cenas que atentam à moral e bons costumes, o vocabulário chulo; em sala de aula, o desrespeito dos alunos ao professor que se abnega de facilidades, para uma carreira de desgaste e dedicação; a transformação da sala de aula, por parte dos alunos, em parque de diversões, com bermudas, bonés, chinelos, celulares, tocadores de músicas e vídeos, computadores conectados às redes sociais, tudo isso na presença do “mestre”…Mas que “mestre” é esse?
Que “alunos” são esses? As palavras em destaque, não são mais adequadas aos dias atuais!
O chamado “mestre”, na realidade, é um indivíduo que não pode mais se municiar de ideais de formação de novos cidadãos, pelo que, a nova geração, não está mais interessada em respeitar o próximo, com os problemas do próximo, mas, somente, com o seu “próprio nariz”. Dentro de quatro paredes, em seus aparelhos eletrônicos, com os seus amigos de “faz de conta”, não precisam destes valores.
O “mestre” se transformou, apenas, em um facilitador da obtenção do “canudo”, pois se exigir do aluno aquilo que deve ser exigido de um cidadão digno das suas obrigações, certamente, poucos seriam promovidos e outorgariam este Título de nobreza de caráter, Cidadão Brasileiro.
Os “alunos”, a Nova Geração, têm salvação? Quem pergunta?
Depende, se for um detentor deste “título” de nobreza cidadã, dificilmente conseguirá resgatar os sobreviventes deste “jogo” social. Mas, se for um indivíduo desprovido deste “título”, tudo se torna mais fácil e, não encontrar sobreviventes, ainda é mais simples, pois não tem que se preocupar com ninguém, a não ser ele mesmo. Contudo, um dia, quando tiver que olhar para o lado para se apoiar, nada vai encontrar, a não ser, nada…
Alderico Sena – Bacharel em Teologia Sociedade e Política, Especialista em Gestão de Pessoas, Master AVATAR Star Edge Internacional – www.aldericosena.com – aldericosena@gmail.com