Ireuda Silva cobra justiça em casos de racismo: ‘Sintoma de um sistema doente de impunidade’
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), mostrou-se estarrecida e indignada com casos de racismo e injúria racial ocorridos neste fim de semana em Salvador. Para a republicana, as ocorrências são sintomas de um mundo cada vez mais doente.
Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma mulher praticando injúria racial contra outra em uma loja de conveniência. Ela disse que a vítima deveria se retirar apenas por ser negra: “Eu não gosto de gente escura que nem você. Eu odeio preto, não suporto”, disse a mulher, nas imagens.
Acionada pelo 190, a Polícia Militar teria informado que não tinha condições de enviar uma viatura ao local. “No próximo sábado, dia 13, faz 135 anos que a Lei Áurea foi assinada e oficializou o fim da escravidão no Brasil. Mas a impressão é que, para muitas pessoas, nada mudou. Praticar injúria racial em público, e ainda desafiar a lei e a polícia, é de uma coragem doentia, sintoma de um sistema que também está doente de impunidade”, diz Ireuda.
Investigação
Ireuda também cobrou esclarecimentos sobre a agressão contra um casal negro na área externa de uma unidade do Grupo Carrefour, em Salvador. Em um vídeo, gravado por funcionários da empresa, a mulher é questionada sobre um suposto furto. “Não se combate um crime com outro, muito menos reproduzindo mecanismos punitivistas do período escravista. Será que, se fosse um casal branco, o tratamento teria sido o mesmo?”, questiona.
Para ambos os casos, a vereadora cobrou que a justiça seja feita. “A impunidade tem naturalizado a violência contra a população negra, e isso precisa parar. Parece que, quanto mais se discute o tema, mais casos como esses acontecem. Alguma coisa está errada, e posso apostar que é a falta de punição”, afirma.