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Médicos de Juazeiro, em plena pandemia, ainda sofrem com atraso salarial

Sindimed-BA entra no Ministério Público para denunciar esse abuso 

“Em plena pandemia, os médicos do Hospital Geral de Juazeiro ainda têm que enfrentar atraso de salário, ampliando ainda mais as situações hostis para o exercício profissional”, afirma a presidente do Sindimed-BA, Dra. Ana Rita de Luna. Ela acrescenta que é dramática a situação. “Além de diversas pendências acumuladas na burla de direitos trabalhistas, agora ainda amargam o atraso dos salários de abril, que deveriam ter sido pagos até o dia 5 de maio. O problema atinge todos os funcionários do hospital”.

Há, inclusive, relatos de técnicos de enfermagem que precisam se deslocar a pé, de Petrolina, para o plantão, por falta de dinheiro para o transporte. Segundo denúncias recebidas pelo Sindimed-BA, a Sesab acumulou verbas de dois meses anteriores, fazendo o repasse como se fosse maio, mas, na verdade, o Hospital de Juazeiro está há mais de 30 dias sem receber recursos do Governo do Estado. Com isso, além de os funcionários estarem sem receber o mês de abril, não houve adicional de repasse para estruturar novos leitos e contratar mais profissionais no enfrentamento ao Covid.

Depois de já ter cobrado diretamente aos gestores do Hospital, através de ofício, o Sindimed-BA recorreu ao Ministério Público do Estado (MPE), oficiando a 8ª Promotoria de Justiça, na pessoa da promotora de Saúde de Juazeiro, Dra. Daniela Baqueiro Vargas Leal Alves, do 17º Escritório Regional do MP.

“No pleito, além das denúncias sobre o inaceitável atraso dos salários, o Sindicato voltou a cobrar resposta sobre o recolhimento do FGTS, objeto de queixa anterior formulada contra o hospital”, afirma a presidente. Na denúncia, o Sindimed lembra o caráter alimentício dos salários em atraso e reforça o agravante da pandemia, no atual momento.

O Sindicato tem informação que uma Ação Civil Pública, já movida pelo MPE, determinou o bloqueio de recursos do hospital para pagamento de atrasos salariais anteriores, bem como para o recolhimento do FGTS que pode ter sido sonegado. Nesse sentido, o encaminhamento feito ao MPE, agora, solicita que os recursos desse bloqueio também sirvam para atualizar os salários de abril e maio corrente.

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