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Reflexionando II

(Neste 5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente)

Qual a possibilidade de uma criança negra, autista, pobre, faminta e sem escola; chamar a atenção do mundo ao postar-se diante de uma instituição do governo seja do Brasil, de qualquer outro país da América Latina, ou África, com um cartaz dizendo: “Como você se atreve? Você roubou meus sonhos e minha infância.”?

Pois é, na Suécia, país com 9,2 milhões de habitantes, renda per capita de 34.735 dólares e IDH de 0,885, Greta Thunberg conseguiu!

Greta ocupou o parlatório da ONU e denunciou a França, a Argentina, a Alemanha, a Turquia e o Brasil de serem os responsáveis por roubar dela, os sonhos e a infância. Acontece que, dos cinco países citados, apenas a Alemanha se encontra entre os cinco principais emissores de dióxido de carbono, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial.

A OMM classifica o Brasil na 14ª posição e a França na 19ª, com 344 toneladas de CO2 por ano. Enquanto isso, a China que emite 12.700 t/ano, os Estados Unidos 6.570 t/ano e a Índia com 2.870 t/ano, mesmo sendo os três primeiros países do ranking, segundo a Climate Watch, sequer foram citadas. Qual o motivo?

O jornalismo investigativo sueco revelou que Greta é filha da famosa cantora lírica sueca Malena Ernman e de Svante Thunberg, ex-ator e produtor, especialista em cenografia. Os pais de Greta são próximos da esquerda socialista sueca e defendem as causas da burguesia globalista que adora posar de humanitarista teórica e politicamente correta. A família é amiga de Ingmar Rentzhog, rica CEO do grupo de pesquisa Global Utmaning, fundado por Kristina Persson, filha de um bilionário e ex-ministro social-democrata sueco. Todos patrocinam Greta, através de uma rede de indústrias e empresas multinacionais e de bilionários e lobistas “Verdes e Vermelhos”, dentre eles George Soros. A garotinha tem como assessor de imprensa Daniel Donner que trabalha para um importante lobby de Bruxelas, conhecido como Fundação Europeia para o Clima. Trata-se de um profissional comprometido com interesses políticos e econômicos, razão pela qual, não deve gozar independência e, consequentemente, não é merecedor de credibilidade.

O veleiro utilizado por Greta e o pai, que a acompanhou em todos os lugares, em sua viagem transatlântica, a pretexto de evitar o uso de aeronaves em função de serem grandes emissores de CO2, foi patrocinado pelo Mônaco Yatch Club, BMW e um banco Suíço. Porém, em contrassenso, descobriu-se que a viagem de retorno da travessia atlântica exigiu a compra de seis passagens aéreas.

Greta, não é nenhuma superdotada, não é uma estudiosa e, portanto, não deve deter significativos conhecimentos em qualquer área científica relacionada ao meio ambiente, para que possa sustentar-se num debate público. Discursa o que lhe mandam. É uma reprodutora de clichês e de teorias estapafúrdias, alarmistas e apocalípticas, a exemplo do que apregoa o ex-ministro de Ecologia de governo Jospin, o sr. Yves Cochet que profetiza o possível estabelecimento do caos “a partir de 2020 ou muito provavelmente para 2025, certo será por volta de 2030”. O aprendiz de vidente, Cochet, também previu e anunciou para 2010, o desaparecimento do petróleo e, ainda afirma, que brevemente o mundo será marcado por guerras civis e outros confrontos que serão responsáveis por reduzir a população do planeta para 3 bilhões de habitantes.

O discurso reproduzido por Greta Thunberg seria, em tese, idêntico ao apelo igualitário do comunismo, não acrescentasse ele ingredientes mais totalitários, nessa miscelânea.

Pois, além do controle do pensamento, dos partidos, do estado e da polícia, estabelecido pela ideologia de extrema esquerda (atualmente travestida de progressismo), o ecologismo radical defendido pela menininha ativista, também promete controlar a ciência e a tecnologia, uma prática que representaria o absoluto controle do desenvolvimento e do progresso.

Em que pese todas as homenagens e reverências das organizações humanitárias, de certos segmentos da imprensa e dos holofotes da mídia em geral, Greta não passa de uma adolescente ingênua, uma inocente menina a ser utilizada como instrumento, por titereiros inescrupulosos, oportunistas e poderosos, de sombrios interesses.

O “como você se atreve? Você roubou meus sonhos e minha infância” vociferado pela Greta no parlatório da ONU, deveria ter acontecido na UNICEF e ser dirigido aos seus pais e a todos aqueles que estavam a utilizá-la como um produto de consumo, a ser descartado logo após satisfeitos os seus intentos.

Greta Thunberg não é nenhuma Malala Yousafzai. Malala, em causa, atitude e consciência está além, muito além, distante anos luz de Greta.

Pobre Greta! O futuro mostrará quem realmente roubou os seus sonhos e a sua infância.

      Jair Araújo – escritor

Membro Correspondente da ALACIB – Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, Mariana/MG.

Membro efetivo da SBPA – Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas.

jairaraujo@globo.com

2 thoughts on “Reflexionando II

  • Ana Freitas

    Histórias, personalidades, sentimentos e principalmente interesses, completamente diferentes, expressados inclusive nos semblantes de cada uma delas.

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  • José Araújo

    Magnífica análise do mundo que vivemos, dos nefastos jogos a que somos submetidos, somos (o povo) meros números na estatística da dor e do inefável mundo que ajudamos a construir na nossa omissão e desleixado modo de encarar as nossas responsabilidades de cidadão. O Notícia Livre deveria alavancar este belo artigo ao conhecimento do mundo.

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