Salvador

Suíca e SindilimpBA pedem intervenção urgente do MP para apurar casos de negligência na ‘MedVida’

Dois casos graves envolvendo negligência, burocracia e falta de atendimento de urgência e emergência para trabalhadores terceirizados contratados por empresas da prefeitura de Salvador e pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) estão no centro das atenções do vereador Luiz Carlos Suíca e do SindilimpBA. Um homem infartou e não conseguiu atendimento por falta de pagamento do plano ‘MedVida’ e outro trabalhador torceu o joelho e, pelo mesmo motivo, também não foi atendido corretamente. Nesta quinta-feira (28), os representantes desses profissionais cobraram do Ministério Público (MP) uma intervenção para investigar o que a Brasp, terceirizada da prefeitura, e a CS, que presta serviço para a Sesab, estão fazendo os trabalhadores passarem com a parceria de assistência do plano ‘MedVida’.

“Essas duas empresas contrataram serviços médicos dessa ‘MedVida’ e as pessoas não conseguem ser atendidas pela assistência porque a empresa tem inúmeros problemas que não consegue equacionar. Esses dois casos são os mais urgentes, mas existem outros tantos com o mesmo perfil. São milhares de trabalhadores que necessitam desses serviços”, descreve Suíca. O edil narra que os médicos atendem bem, mas têm péssimas referências da empresa “porque para liberar as solicitações é o maior sacrifício”. Denúncia feita por trabalhador aponta que após sete dias internado para fazer um cateterismo, a cirurgia não foi liberada. “O trabalhador recebeu alta, e mandaram ele para o Instituto do Coração, chegando lá a mesma coisa aconteceu. O plano tinha muita pendência na instituição e não puderam fazer o procedimento. Por isso que os trabalhadores chamam o plano de ‘MedMorte’. E tem que investigar os valores desses procedimentos e o que é pago pelas empresas a esse plano”.

Suíca não para por aí. Conforme o vereador da capital, o homem foi parar na ‘Prohope’, onde fez o procedimento, mas o médico constatou que o trabalhador tinha que fazer uma angioplastia, que deveria ter sido feita na mesa de cirurgia, mas o plano também não liberou. “Eles ficaram de buscar outro hospital, enquanto isso estou com dor no braço e aguardando por quase dois meses uma resolução. Tive que entrar com uma medida cautelar para fazer o cateterismo”, descreve o denunciante em entrevista para rádio de Salvador. A coordenadora-geral do SindilimpBA, Ana Angélica Rabello, também descreve outro caso envolvendo trabalhador da empresa CS, que presta serviço para a Sesab. Ela diz que é preciso chamar a atenção do secretário estadual de Saúde, pois “os trabalhadores estão pedindo socorro”.

Ana Angélica salienta que a cláusula 11ª da convenção coletiva do SindilimpBA trata justamente de assistência médica e que estabelece que as empresas concederão aos seus empregados plano de assistência médica privada com cobertura assistencial para todos os procedimentos clínicos cirúrgicos e os atendimentos de urgência e emergência estabelecido no artigo 10 da lei 9.656/98. “Isso quer dizer que o plano de saúde contratado é de exclusiva responsabilidade das empresas e terá a obrigação de cobrir todos os procedimentos médicos, cirúrgicos, hospitalares, ambulatoriais e laboratoriais, incluindo parto e obstetrícia”, explica a coordenadora.

Os trabalhadores narram ao sindicato que o plano nunca atende os profissionais. “Coloca aquela música de espera o tempo todo. Quando conseguimos falar, nunca tem vaga para nada. Tem clínicas quando se marca uma consulta mandam a gente ligar para o plano para pedir uma senha para autorizar a consulta. Tive uma torção no joelho, semana passada, onde mal conseguia andar. Fui na emergência e não tinha ortopedista, eles disseram que só providenciam se for caso extremo de uma fratura exposta. Resultado, voltei a trabalhar e ainda sinto dores, ainda tenho dificuldade no andar, não sei se rompi algum ligamento”, descreve indignado o trabalhador da empresa CS.

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