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Comissão dos Direitos da Mulher da ALBA solicita que delegacia digital permaneça com o atendimento de violência contra a mulher após a pandemia

A Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), presidida pela deputada estadual Olívia Santana, realizou na manhã desta segunda-feira (24.08), uma reunião virtual para debater a implementação da DEAM Digital e outras ações relativas aos direitos da mulher, principalmente neste período de pandemia.

“A nossa atuação em rede tem fortalecido as conquistas das mulheres. A delegacia digital, uma luta travada juntamente com a Defensoria Pública da Bahia, os Coletivos de Mulheres e por toda Rede de Proteção à Mulher do Estado, tem que ser parte do novo normal. Temos que garantir que a tecnologia seja utilizada continuamente para melhorar a proteção da vida das mulheres, mesmo depois que a vacina contra o coronavírus seja conquistada e universalizada”, destacou Olívia.

A secretária estadual de Política para as Mulheres, Julieta Palmeira, afirmou que “a delegacia digital foi uma conquista da sociedade, que envolveu diversos órgãos”. Questionada sobre a dificuldade de acesso à internet por parte das mulheres, a secretária apresentou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo levantamento realizado pelo instituto, 75,7% das mulheres no Brasil têm acesso à internet. Na Bahia, em 2018, o acesso de 57,7% das pessoas ocorria exclusivamente pelo celular. A titular da SPM sugeriu também que sejam feitas indicações para implantação e ampliação da rede wi-fi em praças e bairros, com o intuito de facilitar a realização das denúncias.

Durante a reunião, a capitã da Ronda Maria da Penha, Alcilene Coutinho, afirmou que de janeiro a julho deste ano foram realizadas 1.217 denúncias de ameaça contra mulheres no estado e 181 de lesão corporal, um aumento de 25% e 19%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019. Durante os sete primeiros meses de 2020, 1.241 mulheres foram atendidas e foram realizadas 56 prisões e mais de 16 mil rondas.

A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no bairro de Brotas, Bianca Torres, que na ocasião representou a Secretaria de Segurança Pública do Estado, disse que “já houve registros de ocorrência através da delegacia digital, no final de semana, e essa implementação vai ajudar as mulheres que estão presas em casa com seus agressores. A tendência é que as denúncias dupliquem”.

Olívia relembrou que é preciso pressionar os governos para que seja ativado o Fundo de Combate à Violência Contra Mulher na Bahia. “Nós demandamos, mas não temos a caneta para decidir. Temos que ficar o tempo inteiro convencendo os homens, que estão nas estruturas de poder”, lamentou.

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