Salvador

Lideranças do Candomblé e artistas baianos se encontram na programação do Ori

Pensando em reunir nomes das lideranças religiosas para debate sobre história e herança, o I Encontro Literário Ori acontece de 22 a 24 de outubro em Salvador. O evento será 100% online e será transmitido ao vivo no Youtube do projeto. As líderes religiosas Mãe Valnízia Bianchi, Mameto Lúcia e Iyá Vânia de Oyá são três das presenças confirmadas no evento que também visa estimular outros olhares sobre a diversidade religiosa no Brasil.

Estruturada a partir de uma mesa por dia, a programação traz música, história e leitura, abordadas por diferentes experiências e através das presenças e falas de autoridades religiosas que transitam por outros campos do conhecimento. A Ialorixá do Terreiro do Cobre, por exemplo, é conhecida como Mãe Val, é autora da autobiografia Resistência e Fé (2009); Aprendo Ensinando (2011), em que narra suas aprendizagens na relação com sua comunidade religiosa; e Reflexões (2019), uma coletânea de artigos do período de um ano e meio em que foi colunista do jornal A TARDE.

Iyá Vânia de Oyá, ialorixá do Ilê Axé Kalè Bokún, é cantora e uma referência nos ensinamentos, danças, cantigas, ritmos e mitologia do Candomblé afro-brasileiro. Estudou dança folclórica afro-brasileira com Mestre King e é consultora cultural e cantora do Viver Brasil, onde leciona Dancing at the Source cultural Exchange. Nesta mesma linha, Mameto Kamurici, nome religioso da sacerdotisa Maria Lúcia Neves (Mameto Lúcia) participa do último dia do Ori. Ela é neta de Mãe Mirinha de Portão e atual liderança do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, localizado em Lauro de Freitas e que também abriga o bloco afro Bankoma, o qual Mameto Kamurici preside.

A cantora Margareth Menezes, o cantor Gerônimo e o artista plástico, Alberto Pitta, também farão parte da programação que será divulgada por completo nas redes sociais do projeto @oriliterario. O evento, realizado pela Pau Viola Entretenimento, tem como proposta potencializar a visibilidade de personagens e de seus respectivos trabalhos pautados a partir da cultura negra e inspirada nas religiões de matriz africana.

Os jornalistas Cleidiana Ramos e Tom Correia são os curadores e a direção artística fica sob a coordenação do ator e diretor teatral Jackson Costa. “A proposta é trazer um ambiente ancestral que, de alguma maneira, possa nos transportar para essa fala de origem, rica em elementos lúdicos”, comenta Jackson que ainda garante que “os elementos ancestrais de matriz africana, como a música, a literatura e a natureza, serão utilizados para auxiliar a fala dos(as) convidados(as) que estarão nas mesas”.

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